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Gripe aviária: Seara abate 67 mil frangos por causa da crise

Companhia do Grupo JBS diz que aves estavam saudáveis, mas decidiu eliminá-las por "razões comerciais e de lógica de produção"

Foto: Arquivo/Agência Brasil

 

A Seara, pertencente ao Grupo JBS, realizou o abate emergencial de 67,1 mil frangos em uma de suas granjas no Rio Grande do Sul. A ação ocorreu após a identificação de um foco de gripe aviária em Montenegro, a apenas 6,5 km da granja, seguindo autorização do Ministério da Agricultura. O procedimento foi realizado em três dias, entre 22 e 24 de maio, como parte de medidas preventivas.

A decisão de eliminar as aves foi voluntária, apesar de não ser exigida pelas normas sanitárias, conforme nota da companhia. A Seara justificou o abate devido às restrições de movimentação causadas pelo surto, que impediriam a transferência das aves para uma granja de produção, comprometendo seu desenvolvimento. A empresa frisou que as aves estavam saudáveis, mas optou pela eliminação para evitar problemas comerciais futuros.

A operação seguiu protocolos internacionais, com supervisão das autoridades sanitárias. Segundo o Ministério da Agricultura, a ação sanitária em Montenegro começou em 16 de maio e foi finalizada em 21 de maio, garantindo o manejo adequado do material de risco. Até agora, 46 países mantêm restrições à importação de frango do Brasil, com embargos totais ou parciais, afetando significativamente a exportação da proteína.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) declarou que o surto está restrito a Montenegro, mas o embargo continua impactando a exportação brasileira, que sofreu uma redução expressiva. O jornal Folha de S.Paulo destacou a complexidade e a urgência das ações tomadas pela Seara para controlar o risco de disseminação da gripe aviária, que já resultou na destruição de milhões de ovos férteis e continua a desafiar o setor avícola brasileiro.