AGRO


Dívidas das maiores empresas do agro em recuperação judicial ultrapassam R$ 15 bi

Entre as companhias, estão gigantes da soja, do café e do setor sucroalcooleiro

Foto: Wenderson Araujo/Trilux

 

As dez maiores empresas do agronegócio brasileiro que recorreram à Justiça para tentar se reerguer acumulam juntas mais de R$ 15 bilhões em dívidas. O levantamento reúne companhias de peso nos setores de soja, café, cana-de-açúcar, etanol e agricultura irrigada, áreas que simbolizam a força do agro no país, mas que enfrentam um período de forte aperto financeiro.

No topo da lista está a AgroGalaxy, que deve R$ 4,67 bilhões. A empresa, uma das maiores redes de varejo de insumos e serviços agrícolas do país, é a companhia com maior passivo entre todas as que estão em recuperação judicial no Brasil.

Em seguida aparece o Grupo Patense, especializado no processamento de resíduos de origem animal, com uma dívida de R$ 2,15 bilhões. Logo atrás, o Grupo Montesanto Tavares, um dos principais exportadores de café do país e controlador das tradings Atlântica Coffees e Cafebras, soma R$ 2,13 bilhões em débitos.

A quarta posição é ocupada pelo Grupo Safras, que atua nos ramos de armazenagem e bioenergia e acumula R$ 1,78 bilhão em dívidas. Já a Sperafico Agroindustrial, tradicional produtora de soja do Paraná, deve R$ 1,08 bilhão.

Outras companhias também enfrentam situações críticas. A Usina Maringá, referência do setor sucroenergético paulista, tenta reestruturar R$ 1,02 bilhão. A Elisa Agro, de Goiás, deve R$ 679,6 milhões, e a Usina Açucareira Ester, de Cosmópolis (SP), soma R$ 651,7 milhões.

Fecham o ranking o Grupo AFG, com R$ 505 milhões, já em falência decretada, e o Grupo Cella, do Mato Grosso, que acumula R$ 400 milhões em dívidas.

A onda de recuperações judiciais reflete a pressão sobre o agronegócio, afetado pela queda de preços das commodities, variação cambial e aumento dos custos de produção. Mesmo sendo um dos pilares da economia nacional, o setor vem enfrentando um cenário de endividamento crescente e margens mais apertadas.