JUSTIÇA


PF mira rede de lavagem de propina em nova operação contra venda de sentenças no STJ

Ao todo, são cumpridos11 mandados busca e apreensão, além do sequestro de bens e valores de R$ 20 milhões

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (13) 11 mandados busca e apreensão na 5ª fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de vazamentos de decisões e venda de sentenças no STJ (Superior Tribunal de Justiça), com a participação de servidores.

Segundo o órgão, o objetivo é aprofundar a investigação em relação aos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa.

As ordens judiciais foram autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que também determinou o sequestro de R$ 20 milhões em bens e a proibição dos investigados de saírem do país, com a apreensão de seus passaportes. Eles foram distribuídos nos estados de Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal.

De acordo com a PF, as investigações identificaram uma rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro, criada para dissimular a origem ilícita das supostas propinas lançadas para a compra de decisões judiciais proferidas no âmbito do STJ, “de modo a romper a vinculação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrompido”.

Em novembro de 2024, a PF cumpriu, na mesma operação, 23 mandados de busca e um de prisão contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na venda de decisões judiciais.

Na época, foram alvos de medidas de busca desembargadores do TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso), os chefes dos gabinetes dos ministros do STJ Isabel Gallotti e Og Fernandes (Daimler Alberto de Campos e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, respectivamente) e o assessor Márcio José Toledo Pinto, que trabalhou nos gabinetes de diversos ministros.

(Com informações do jornal Folha de S. Paulo)