POLÍTICA


Gleisi acusa Eduardo Bolsonaro de ameaçar presidentes do Senado e da Câmara com sanções dos EUA

“A conspiração desse traidor da pátria com os agentes de Donald Trump descamba para uma chantagem cada vez mais indecente”, afirmou a petista

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), acusou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ameaçar os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com possíveis sanções dos Estados Unidos — como a cassação de vistos — caso não apoiem a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista à revista Oeste, o filho do ex-presidente disse que, assim como aconteceu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os dois parlamentares poderiam sofrer retaliações de Washington se não colaborarem. “Se o Brasil não conseguir pautar a anistia e o impeachment do Alexandre de Moraes, a coisa ficará ruim”, declarou.

Segundo Eduardo, os congressistas “têm a possibilidade de não ser sancionados” se não apoiarem o “regime” brasileiro, em referência ao governo Lula. Ele também afirmou que pode atuar para aproximar Alcolumbre e Motta da Casa Branca, caso participem das negociações pela anistia.

Gleisi reagiu nas redes sociais e classificou a fala como “crime intolerável contra a soberania e a democracia no Brasil”. “A conspiração desse traidor da pátria com os agentes de Donald Trump descamba para uma chantagem cada vez mais indecente”, escreveu, na sexta-feira (25).

O deputado negou estar fazendo uma “ameaça frontal” e disse que apenas citou a possibilidade de aplicação da Lei Magnitsky — legislação americana que permite sanções a estrangeiros acusados de violar direitos humanos. Eduardo está autoexilado nos EUA e apoia as medidas impostas pelo governo Donald Trump, como a revogação de vistos de ministros do STF e tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.