JUSTIÇA


‘Ele sempre disse que estava a mando de Carla Zambelli’, afirma advogado de Walter Delgatti

Hacker alega agir sob ordens de Zambelli em caso que pode resultar em prisão e multa milionária

Imagem: Reprodução/g1

 

O hacker Walter Delgatti enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele afirma que agiu sob ordens da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Este caso, que já conta com quatro votos para a condenação de ambos, está sendo analisado pela 1ª Turma do STF, com expectativa de decisão até 16 de maio.

Se a condenação for confirmada, Delgatti poderá cumprir até oito anos e três meses de prisão. Atualmente, ele já está em regime de prisão preventiva. Além disso, tanto ele quanto Zambelli podem ser obrigados a pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos. A defesa de Delgatti, no entanto, pretende recorrer da sentença, argumentando que houve exagero na interpretação das provas, conforme mencionado pelo g1.

O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira (foto), sustenta que o hacker foi a Brasília a pedido de Zambelli, durante o governo Bolsonaro, em busca de uma oportunidade de trabalho. A maioria da turma do STF entende que os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica foram cometidos, acusando a dupla de coordenar ataques ao CNJ para desacreditar a Justiça e incitar atos antidemocráticos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Zambelli de orientar Delgatti a inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo a PGR, a intenção era questionar a legitimidade da Justiça e fomentar manifestações contra as instituições republicanas. A defesa de Zambelli nega qualquer crime, enquanto a PGR destaca a gravidade dos atos que atentaram contra a segurança do Poder Judiciário.