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Sobretaxa de Trump não afetará obras, mas já impacta exportações dos próximos 2 meses, diz Florence

Secretário estadual da Casa Civil afirma que governo tenta mitigar perdas em contratos para embarque de frutas, carnes e celulose

Foto: Yuri Abreu/MundoBA

O secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence, afirmou nesta segunda-feira (21) que a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump não afetará o andamento de obras no estado, mas pode resultar no cancelamento de embarques de produtos aos Estados Unidos já previstos para os próximos dois meses. Caso entre em vigor em 1° de agosto, conforme anunciado por Trump, a nova tarifa deve impactar a exportação de frutas, carnes e celulose —insumo básico para papel, embalagens e fraldas descartáveis, por exemplo.

“As obras não [serão prejudicadas], mas prejudica a indústria, particularmente, óbvio, a exportação. A Bahia exporta produtos manufaturados para os Estados Unidos, parte das cadeias de insumos globais e exporta também produtos primários, particularmente manga e uva. Temos contratos assinados para agosto e setembro, embarque, que estão sob pressão e possível cancelamento. Então, seja no papel e celulose, seja na indústria de subprodutos de origem animal, há vários setores, petroquímica, que nós exportamos para os Estados Unidos”, disse Florence ao MundoBA.

Segundo o secretário da Casa Civil, Jerônimo determinou que sua equipe econômica se debruce sobre a questão e apresente um diagnóstico para minimizar eventuais prejuízos nas cadeias de produtos a serem impactados. Apesar da guerra comercial e política deflagrada por Trump, Florence diz ter expectativa que o americano possa rever a medida.

“Estamos trabalhando intensamente, a equipe de economistas do governo do Estado, com a equipe de economistas da Federação das Indústrias do Estado [Fieb]. Com esse diagnóstico, nós vamos buscar providências para mitigar o impacto dessa, se confirmada, nova tributação a vigorar a partir de primeiro de agosto. Enquanto isso, monitoramos as negociações da diplomacia brasileira e do setor do governo central, liderada pelo ministro e vice-presidente da República Geral do Alckmin, para ver se consegue suspender ou reduzir algumas dessas tarifas”, afirmou.

“Ainda estamos em fase de monitoramento dessa negociação entre os governos e as respectivas chancelarias. A nossa expectativa é mitigar o impacto dessas medidas que têm um excesso cometido pelo governo americano. Elas são comercialmente, do ponto de vista dos parâmetros da Organização Mundial de Comércio, infundadas. Entretanto, o governo americano está fazendo isso não só com o Brasil, mas também com outros países. Nós vamos buscar contribuir para que o impacto na economia baiana seja o menor possível”, acrescentou.

As declarações foram dadas durante a assinatura de aditivo contratual do lote 1 do VLT Calçada–Comércio. O ministro da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, e o governador Jerônimo Rodrigues participaram do ato.