SAÚDE


Diagnóstico tardio aumenta amputações e mortes por câncer ósseo na juventude

Julho acende alerta para casos de pacientes que perderam membros por falta de suspeita clínica oportuna

Foto: Reprodução/ Impac

 

O Julho Amarelo, voltado à conscientização sobre o câncer, é também um convite para um tipo de doença ainda pouco conhecido da população: o câncer ósseo infantil e juvenil.

Apesar de raro e representar cerca de 1% de todos os tumores malignos, ele atinge especialmente crianças e adolescentes, e a falta de informação impacta na vida de pacientes e famílias.

Entre os principais tipos de câncer ósseo, em menores de 19 anos, estão o Osteossarcoma e o Sarcoma de Ewing.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP – 2024), cerca de 50% dos tumores ósseos primários nessa faixa etária são malignos. Desses, o Osteossarcoma representa 60% dos casos e o Sarcoma de Ewing, 30%.

Sinais de alerta

A dor persistente nos ossos e a presença de um nódulo em crescimento nos membros, mesmo sem histórico de trauma relevante, são os principais sinais de alerta.

A suspeita clínica deve surgir a partir desses sintomas, segundo o ortopedista oncológico Bernardo Crisostomo.

“O problema, no entanto, é que muitas vezes eles são confundidos com traumas simples do dia a dia, atrasando o diagnóstico e agravando o quadro”, relatou o médico.

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado em 2019 mostrou que as médias de mortalidade por câncer ósseo foram de 1,22 óbitos por milhão em crianças e 5,07 por milhão em adolescentes e jovens adultos.

Consequências graves do diagnóstico tardio

Casos reais ajudam a ilustrar o impacto do desconhecimento e da demora no diagnóstico. Bernardo, que atua diretamente com pacientes onco pediátricos, conta situações que demonstram uma triste realidade:

“Recebi recentemente dois adolescentes que passaram mais de seis meses buscando atendimento em serviços de saúde, sem que houvesse qualquer suspeita de câncer ósseo. Infelizmente, quando o diagnóstico finalmente foi feito, já não era mais possível preservar os membros e a amputação foi inevitável. São casos que poderiam ter sido evitados com mais atenção aos sinais e maior conhecimento sobre a doença.’’

Agilidade no atendimento e diagnóstico

O Hospital Martagão Gesteira é referência no tratamento oncológico infantil e mantém protocolos ágeis para priorizar pacientes com suspeita de câncer ósseo.

O local consegue receber crianças e adolescentes de qualquer cidade da Bahia em até 48 horas, sem burocracia, garantindo avaliação, exames e início do tratamento com máxima urgência.

A informação é a arma mais poderosa na prevenção, pois são muitas as pessoas que desconhecem os sinais do câncer ósseo e os riscos da demora no diagnóstico.

Pais, responsáveis, profissionais de saúde e sociedade de maneira geral precisam ser parte ativa nessa rede de atenção. Dor persistente ou nódulo em crescimento sem trauma relevante é sinal de alerta.