POLÍTICA


Bruno Reis diz que cortará salário de professores que não retornarem às salas de aula

Considerada ilegal pela Justiça, greve de docentes da rede municipal já dura mais de 70 dias

Foto: Eduardo Costa/MundoBA

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afirmou nesta sexta-feira (18) que determinará o corte de salários de professores que não retornarem às salas de aula. Considerada ilegal pela Justiça, a paralisação já dura mais de 70 dias.

“As decisões judiciais nos impõem uma série de medidas. [Dentre as quais] convocar o retorno dos professores. Caso isso não corra, suspender, até as devidas negociações, o pagamento dos seus salários”, disse o prefeito durante um evento no bairro do Imbuí. “Quero fazer um apelo aos professores para voltarem às salas de aula”, pediu o prefeito.

Bruno Reis também voltou a relacionar a greve dos professores a supostos interesses políticos de líderes sindicais. “De lá para cá, diversas reuniões ocorreram. Diversas vezes, nós colocamos no papel o que os sindicalistas reivindicavam, para melhorar o presente e compromissos para serem discutidos para o futuro. Sabe o que é que ocorria? Iam para a assembleia, e o acordo que firmava na mesa não era cumprido. Por quê? Porque lá na assembleia estavam líderes políticos, candidatos, utilizando os professores para os seus projetos políticos pessoais”, afirmou Bruno Reis.

O reajuste salarial de 6,27% da educação básica foi aprovado em 25 de maio. A categoria, no entanto, afirmam que o o percentual não contempla o piso nacional do magistério.

Em decisão proferida na quinta-feira (17), o TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia) impôs uma multa diária de R$ 30 mil ao presidente da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, por descumprimento reiterado das ordens judiciais que determinaram o fim do movimento. O valor acumulado já chega a R$ 1,8 milhão. Cabe recurso.

Bruno Reis disse lamentar o impasse. “Não podemos desconsiderar que a Justiça aqui da Bahia, por quatro vezes, reiterou a ilegalidade da greve. Hoje, e eu falo isso com tristeza, infelizmente, a APLB já tem mais de 6 bilhões de reais nas suas contas bloqueadas. E os líderes sindicais passaram a ter bloqueios nas suas contas pessoais”, afirmou Bruno Reis.

Apesar da paralisação, a gestão municipal informou que cerca de 70% dos docentes já retomaram as atividades.