ECONOMIA

Despesas vinculadas a um salário mínimo chegam a 3% do PIB do Brasil, segundo o INSS

Economista destaca impacto das aposentadorias e sugere necessidade de nova reforma previdenciária

Publicado em 18/07/2025 às 08h58.
Por Redação

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

As despesas da Previdência Social com benefícios de um salário mínimo no Brasil sofreram um grande aumento, passando de 1,2% do PIB em 1997 para 3,1% em 2024. Esse crescimento pode ser atribuído ao modesto progresso econômico do país, regras antigas que permitiam aposentadorias precoces e, principalmente, à valorização real do salário mínimo, que cresceu 188,7% de 1995 a 2023. Essas informações foram divulgadas em um estudo do economista do BNDES, Fabio Giambiagi, e publicado pela Folha de S.Paulo.

O economista alerta sobre o agravamento do problema fiscal relacionado às aposentadorias, destacando que o país já enfrenta os efeitos do envelhecimento populacional. Giambiagi sugere que, sem ajustes adicionais na previdência, as despesas continuarão a crescer de forma insustentável. A reforma da Previdência de 2019 ajudou a controlar essas despesas, mas, segundo ele, não será suficiente a longo prazo.

Giambiagi também discute a valorização do salário mínimo ao longo dos anos, mencionando a diferença de políticas entre os governos. Enquanto nos governos Fernando Henrique Cardoso a valorização era esporádica, os governos de Lula, Dilma Rousseff e novamente Lula adotaram uma política sistemática de valorização real. Para ele, os ajustes feitos nos governos Temer e Bolsonaro, que seguiram a inflação, foram mais cautelosos.

O estudo ainda compara o envelhecimento da população brasileira com o de países desenvolvidos, como Japão e nações europeias, ressaltando o aumento da expectativa de vida e a redução da fecundidade. Projeções do IBGE indicam que até 2070 o número de nonagenários ultrapassará 5 milhões, superando o de bebês. Isso coloca pressão sobre o sistema previdenciário, que já enfrenta desafios com o aumento do BPC (Benefício de Prestação Continuada), que cresceu 4,4% ao ano nos últimos 23 anos.

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