ECONOMIA


ONS aponta risco de colapso de sistema elétrico e estuda horário de verão

Capacidade de atender à demanda no horário de pico está degradada, diz operadora

Foto: Max Haack e Valter Pontes/Secom

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) lançou nesta terça-feira (8) um planejamento da operação para o sistema elétrico brasileiro para os próximos cinco anos no qual vê degradação da capacidade de atender à demanda no horário de pico e recomenda medidas alternativas para resolver o problema.

Uma das possibilidades aventadas é o retorno do horário de verão, suspenso pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que pode se tornar “imprescindível” caso as condições de suprimento não melhorem nos próximos meses.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a preocupação com o suprimento de potência no horário de ponta vem crescendo nos últimos anos, com o aumento da oferta de energia solar, e foi reforçado no PEN (Plano da Operação Energética) para o período entre 2025 e 2029 lançado nesta terça.

O documento aponta desafios já de curto prazo para atender à demanda no início da noite. Durante o período seco de 2025, diz, todos os cenários indicam a necessidade de despacho de usinas térmicas além daquelas que não podem ser desligadas por inflexibilidade.

Uma das alternativas para enfrentar o problema, a contratação de capacidade adicional de energia de reserva seria resolvida por leilão anunciado pelo governo em 2024, mas a concorrência foi cancelada após questionamentos judiciais por parte de segmentos não atendidos pelo edital.

Sem o leilão, além do uso de térmicas, o ONS diz que os cenários indicam a necessidade de utilização da reserva operativa, um volume mínimo de energia armazenada nas hidrelétricas para controlar a frequência do sistema elétrico em caso de perda de unidades geradoras.

O operador já vem fazendo alertas sobre o problema ao CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico). Em maio, sugeriu uma série de medidas, como o horário de verão e o chamado mecanismo de resposta de demanda, que ressarce indústrias que se disponham a reduzir o consumo no horário de ponta.