POLÍTICA


Alcolumbre quer restringir acesso ao STF para questionar decisões do Congresso

Ideia é que apenas partidos que tenham superado a cláusula de barreira possam apresentar ADIs

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Após o agravamento da crise entre o governo Lula e o Congresso Nacional com a judicialização do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), voltou a defender a imposição de limites ao acesso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionamentos a decisões legislativas.

Durante sessão do Senado na última quarta-feira (2), o parlamentar classificou o tema como “urgente” e afirmou que o atual modelo — que permite amplo acesso ao STF — representa um “problema seríssimo” para o país.

“Precisamos discutir com urgência quem está legitimado a acessar o Supremo para questionar qualquer lei aprovada no Congresso. Hoje, todo mundo pode entrar com uma ADI [Ação Direta de Inconstitucionalidade], e isso precisa ser revisto”, declarou.

A ideia defendida por Alcolumbre é que apenas partidos que tenham superado a cláusula de barreira possam apresentar ADIs contra normas aprovadas pelo Legislativo. Nos bastidores, o senador avalia que o Supremo tem sido acionado com frequência excessiva para decidir sobre temas que deveriam se restringir ao Parlamento — o que, segundo ele, gera a percepção de interferência do Judiciário.

A cláusula de barreira determina que partidos só tenham acesso a determinadas prerrogativas parlamentares se obtiverem ao menos 2% dos votos válidos em todo o país, distribuídos em no mínimo nove estados (com ao menos 1% em cada), ou elegerem ao menos 11 deputados federais também espalhados em nove unidades da federação.