ECONOMIA


Ministro da Agricultura critica Selic a 15% e diz que taxa dificulta Plano Safra

“Qual a justificativa plausível? Eu não consigo achar", afirmou Carlos Fávaro

Foto: MAPA/Divulgação

 

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, classificou como “inadmissível” a taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 15%. Durante participação no programa Bom Dia, Ministro, nesta quinta-feira (3), Fávaro afirmou que a alta dos juros compromete diretamente as condições para financiar o agronegócio. Ele deu as declarações ao falar sobre os desafios para a elaboração do Plano Safra 2025/2026,

“Na minha avaliação, não sou economista, mas sou um cidadão que vive o dia a dia, e até como empresário, é inadmissível essa Selic a 15%. Temos uma inflação controlada, um Brasil crescendo pelo terceiro ano seguido na ordem de 3% ao ano, a renda da população crescendo, o desemprego caindo, a balança comercial com excedentes como nunca teve na história”, argumentou o ministro.

Fávaro destacou que, com juros nesse patamar, instrumentos tradicionais de captação de recursos, como a poupança rural, perdem atratividade. “A poupança remunera 6% ao ano. Então, as pessoas saem da poupança e o Brasil vira um país de rentista”, disse.

A crítica foi direcionada à política monetária do Banco Central, presidido por Gabriel Galípolo. Segundo o ministro, os juros altos têm impacto direto na equalização de taxas do Plano Safra, que depende da combinação de recursos públicos e privados.

Apesar das dificuldades orçamentárias e do ambiente financeiro adverso, Fávaro considerou significativa a entrega do novo plano, que busca garantir crédito rural com condições favoráveis para produtores de diversos portes. “Falta fund, o juro é caro, o orçamento está bastante restrito, bastante enxuto. Por isso, acho, foi muito relevante conseguir fazer um Plano Safra”, disse.