POLÍTICA


IOF: ‘Foi feito um acordo e depois derrubado’, diz Jaques Wagner sobre derrota do governo no Congresso

Segundo líder do governo no Senado, o Congresso contrariou consenso firmado com Planalto e parlamentares da base

Foto: Joá Souza | GOVBA

 

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), criticou nesta sexta-feira (27) a decisão do Congresso Nacional que derrubou o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em coletiva de imprensa, o senador relatou ter participado de uma reunião prévia com representantes do governo e do Legislativo, na qual teria sido firmado um acordo para revisar o decreto original e encaminhar uma nova proposta.

“O que causou estranheza foi que nós fizemos num domingo, na residência oficial, nós fizemos uma reunião com os dois presidentes da Câmara, do Senado, o ministro Haddad com a equipe dele, a ministra Gleisi com a equipe dela, e lideranças do Senado, da Câmara, da chamada base do governo. Havia lá sete senadores, uns nove deputados, e saiu todo mundo exultante com o resultado da reunião”, iniciou Wagner durante inauguração do primeiro escritório da Windey Energy no Brasil, em Salvador.

Segundo ele, a partir desse encontro, houve entendimento para que o governo revogasse o primeiro decreto e apresentasse uma alternativa com mudanças mais moderadas. “Dali partiu a ideia de retirar o primeiro decreto que tinha sido feito sobre o IOF para fazer um outro, vou chamar assim, mais abrandado. E ir uma MP [Medida Provisória] com outros itens que eram importantes, exatamente para o equilíbrio fiscal”, afirmou.

A derrubada do decreto, no entanto, pegou o governo de surpresa e, de acordo com Wagner, contrariou o combinado. “Não me pergunte porquê, porque eu não sei. Só quem pode saber é quem derrubou. Então, é óbvio que isso é ruim, porque como eu disse na minha fala, a Casa vive de acordo. Foi feito um acordo e depois derrubado o acordo unilateralmente”, concluiu.