POLÍTICA


Otto e Wagner votam a favor de projeto que aumenta número de deputados federais

Angelo Coronel (PSD-BA) esteve ausente em sessão do Senado, na noite de quarta-feira (26)

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

Dois dos três senadores baianos votaram a favor do projeto de lei complementar que aumenta o número de deputados federais — de 513 para 531 — a partir das eleições de 2026, após sessão realizada na quinta-feira (25), no Senado.

A proposta de lei complementar foi aprovada com 41 votos favoráveis e 33 contrários. Entre os parlamentares baianos, Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD) votaram “Sim” ao texto. Angelo Coronel (PSD), por sua vez, esteve ausente à sessão.

A matéria agora retorna para nova análise na Câmara dos Deputados, após às alterações feitas no Senado. Conforme o projeto, a criação e manutenção das novas vagas não poderá aumentar as despesas totais da Câmara entre 2027 e 2030.

Em maio, Wagner defendeu manutenção do quadro

Há pouco mais de um mês, o senador Jaques Wagner, durante agenda em Salvador ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), defendeu a manutenção do atual número de deputados federais, sem mexer na quantidade de parlamentares por estado. A tese foi levantada após o petista tecer críticas ao Censo realizado em 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O problema desse projeto é porque houve um censo do IBGE, o último. Na minha opinião, não foi um censo bem feito. Não quero criticar o pessoal do IBGE, mas nós estávamos com o problema de Covid, depois não houve o orçamento suficiente para fazer direito, então criou-se uma série de problemas. Com o novo censo, o TSE foi calcular e botou, por exemplo, a Bahia a perder, se não me engano, três ou quatro parlamentares, enquanto outros estados ganhariam”, afirmou Wagner após questionamento do MundoBA.

“Então, qual o problema? Uma medida como essa, evidentemente, incomoda todos os estados que vão perder. E, portanto, todos se juntaram para, pelo menos, manter [o mesmo número de deputados]. Eu, pessoalmente, acho que era mais razoável, em vez de aumentar, não fazer essa mudança até ter um novo censo que pudesse dar mais segurança para essa divisão. Querendo ou não, a proporcionalidade dos estados, ela é a representação do povo brasileiro. Então não dá pra ficar mexendo toda hora, na minha opinião”, completou.

Otto Alencar disse que “não era hora de aumentar vagas”

No início de maio, Otto Alencar, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, afirmou em entrevistas não ser favorável à ampliação do número de vagas de deputados federais. “O momento não é apropriado. A gente tem no Congresso matérias de maior interesse. Essa não vai alterar nada para melhor no Brasil; não vai melhorar inflação, nem juros ou gerar oferta de emprego, ou impactar nas relações sociais”, disse.

Segundo a direção-geral do Senado, o aumento de parlamentares pode ter um impacto financeiro anual de R$ 64,4 milhões.