POLÍTICA


Moraes manda PF ouvir Wajngarten e advogado de Bolsonaro

Fábio Wajngarten e Paulo Costa Bueno devem depor na investigação em até cinco dias, segundo a ordem do ministro

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (25), a inclusão de Fábio Wajngarten, ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, no inquérito que investiga as conversas entre Mauro Cid e o advogado Eduardo Kuntz.A informaçaõ é da coluna Radar, da revista Veja.

Além do ex-chefe da Secom do governo passado, Moraes também incluiu o advogado Paulo Costa Bueno, que defende Bolsonaro na ação do golpe de Estado, no mesmo inquérito.

“As condutas narradas à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, § 1 º, da Lei 12.850/13) também em relação à Fábio Wajngarten e Paulo Costa Bueno, razão pela qual se mostra pertinente adequada e necessária a oitiva dos noticiados”, decidiu o ministro.

A investigação foi aberta por Moraes depois de o advogado de Marcelo Câmara ter juntado no STF as mensagens trocadas por ele com Mauro Cid. Para o ministro, o caso envolve “crimes de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

Segundo Moraes, a defesa de Mauro Cid entregou aos investigadores da Polícia Federal um celular usado pela filha do delator, que é menor de idade, além de declarações assinadas pela mulher e a mãe de Cid relatando abordagens do trio durante as investigações.

“O advogado Luiz Eduardo Kuntz não foi apenas um dos advogados que procurou G.R.C., filha de menor de idade de Mauro Cid: outro advogado que também atua – ou atuava – na defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, Fábio Wajngarten, igualmente, fez intensa tentativa de falar com a família e com Mauro Cid, tanto através da filha G.R.C. como de sua esposa, Gabriela Ribeiro Cid”, diz a defesa de Cid no material enviado ao STF.

“Não bastasse as várias investidas sobre a filha e esposa de Mauro Cid, a defesa dos corréus investiu também sobre sua mãe, Agnes Barbosa Cid, quando em eventos realizados na Hípica de São Paulo, o Dr. Luiz Eduardo Kuntz, uma vez acompanhado pelo Dr. Paulo Costa Bueno, cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid, conforme declaração particular que também acompanha a presente”, diz o material de Cid.