POLÍTICA


Bolsonaro nega espionagem de adversários com sistema da Abin

Ex-presidente afirma que nunca precisou saber localização de opositores

Foto: Fellipe Sampaio/STF

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou neste sábado (21) ter usado o sistema espião da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos durante seu governo. A declaração foi feita ao deixar um hospital em Brasília, onde passou por exames após um quadro de pneumonia viral.

“Para que eu usaria um equipamento desse? Não existe isso. Criaram uma fantasia de que eu estava monitorando as pessoas. Para que eu ia querer saber onde está A, B ou C?”, afirmou Bolsonaro. Segundo ele, nunca houve qualquer reclamação de adversários sobre suposta espionagem.

As declarações ocorrem após a Polícia Federal apontar o ex-presidente como o “principal destinatário” das ações clandestinas da Abin. Segundo o relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), documentos com informações sensíveis eram sistematicamente repassados a Bolsonaro durante a gestão de Alexandre Ramagem como diretor da agência.

Entre os materiais citados estão relatórios com títulos como “Bom dia Presidente” e “Presidente TSE informa”, encontrados nas investigações sobre o ex-diretor da Abin, que hoje é deputado federal pelo PL-RJ.

A investigação teve início após revelação do jornal O Globo, em março de 2023, sobre a compra de um sistema espião capaz de rastrear a localização de alvos no Brasil. A PF alega que o conteúdo dos documentos comprova a participação direta de Bolsonaro no recebimento das informações obtidas por meio do uso indevido da estrutura da Abin.