SAÚDE


Terapia venosa contribui para redução da dor e melhoria da qualidade de vida de pessoas com fibromialgia

Doencça crônica e debilitante ainda desafia a medicina, mas tratamentos multidisciplinares podem aliviar os sintomas

Foto: Assessoria

 

A fibromialgia atinge cerca de 3% da população mundial, sendo a maioria mulheres entre 30 e 50 anos, conforme informações da Sociedade Brasileira de Fibromialgia. Embora essa condição não tenha cura, especialistas afirmam que um acompanhamento multidisciplinar pode ajudar a reduzir os sintomas. Além das dores musculares crônicas e generalizadas, os pacientes também enfrentam alterações no sono, cansaço, dificuldade de concentração e transtornos psicológicos como ansiedade e depressão. Para aumentar a conscientização sobre essa condição, o dia 12 de maio foi escolhido como o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia.

Adriane Novaes, uma jovem artesã de 21 anos, convive com dores intensas desde a infância e recebeu o diagnóstico de fibromialgia em 2020. As dores, descritas por Adriane como fortes e constantes, afetam sua capacidade de realizar tarefas simples do dia a dia, como varrer a casa ou lavar louças. “Sinto um formigamento nas pernas que dificulta a minha caminhada e até mesmo ficar em pé ou sentada por muito tempo”, relata Adriane, que também desenvolveu depressão profunda, síndrome do pânico e ansiedade devido ao impacto emocional da doença. Segundo o médico Orlando Tavares, da Clínica Tavares Medicina Integral, o diagnóstico da fibromialgia é desafiador, pois não há um exame específico para confirmá-la; ele é baseado na análise clínica e na história do paciente.

Para o tratamento da fibromialgia, os médicos recomendam uma abordagem que inclui exercícios físicos regulares, terapia cognitivo-comportamental, medicamentos e terapias complementares como acupuntura e ventosaterapia. Em casos mais difíceis, onde os pacientes não encontram alívio nas dores, técnicas como o bloqueio periférico e o bloqueio simpático venoso (BSV) podem ser indicadas. Essas técnicas utilizam anestésicos para bloquear a transmissão dos sinais de dor, proporcionando uma analgesia mais duradoura e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. “Desde que comecei o tratamento, percebi um alívio nas dores que antes eram constantes e limitantes”, afirma Adriane.

Embora o BSV seja considerado seguro e eficaz por especialistas como Tiago Gravatá, existem contraindicações, especialmente para pacientes com histórico de doenças cardíacas graves ou acidente vascular cerebral. Gravatá alerta que qualquer medicação deve ser administrada apenas por profissionais capacitados e após uma avaliação individualizada do paciente. Mesmo com desafios no diagnóstico e tratamento, a busca por técnicas que aliviem os sintomas da fibromialgia continua, trazendo esperança para muitos pacientes.