ECONOMIA


Gol encerra recuperação judicial nos EUA e planeja expansão

Companhia foca em crescimento de frota e novas rotas após sair do Chapter 11

Foto: Gol/Reprodução

 

A Gol Linhas Aéreas anunciou sua saída do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos na última sexta-feira (6). Segundo Celso Ferrer, presidente-executivo da companhia, a medida abre caminho para a expansão da frota e a introdução de novas rotas no Brasil e internacionalmente. Essa movimentação ocorre após a empresa buscar proteção judicial em 2024 para reestruturar suas finanças, um procedimento conhecido como Chapter 11 nos EUA. A Latam foi a primeira companhia aérea brasileira a aderir a esse processo em 2020, seguida pela Azul, que também entrou com pedido recentemente.

Apesar dos desafios financeiros enfrentados pela Azul, estão em andamento negociações para uma possível parceria com a Gol. Ferrer destacou que um acordo só será finalizado se houver benefícios claros, como o aumento de rotas e crescimento das operações. As discussões estão sendo conduzidas pelo Abra Group, holding que controla a Gol e a Avianca, da Colômbia. O setor aéreo brasileiro enfrenta adversidades como altos custos em dólar e litígios excessivos, além da volatilidade econômica do país e dos elevados preços do combustível de aviação.

Segundo Ferrer, a Gol está preparada para um plano de crescimento de cinco anos, sem depender de auxílio governamental. A companhia pretende maximizar a capacidade das aeronaves e manter os custos baixos para recuperar a escala pré-pandemia até 2026. Isso inclui voos adicionais dentro do Brasil e novas rotas internacionais, especialmente entre o sul da Flórida e o sul da Argentina. Atualmente, a empresa possui cerca de US$ 900 milhões em reservas de caixa e continua a modernizar sua frota, com a expectativa de receber cinco aeronaves Boeing 737 Max este ano.

Ferrer também mencionou que a Gol concluiu a revisão de mais de 50 motores e está de olho nas oportunidades de incorporar aviões da Embraer. Hoje, a frota da Gol é composta exclusivamente por aeronaves da Boeing. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters e destaca o comprometimento da companhia em se fortalecer e crescer no mercado de aviação, mesmo diante de desafios e sem contar com intervenções do governo.