SALVADOR


Prefeito faz apelo a professores por fim da greve após ‘incorporação’ de piso nacional

Bruno Reis afirmou que reajuste da categoria contempla ganho real de 45,03%; docentes apontam manobra que mantém defasagem

Foto: Romulo faro/MundoBA

O prefeito Bruno Reis (União Progressista) pediu nesta terça-feira (27) aos professores da rede municipal que voltem às salas de aula após o que chamou de “incorporação” do piso salarial nacional do magistério ao reajuste concedido à categoria. Em greve há mais de 20 dias, os docentes apontam que houve manobra na proposta aprovada pela Câmara de Vereadores, o que mantém a defasagem nos vencimentos dos educadores.

Considerada ilegal pela Justiça, a paralisação afeta mais de 130 mil alunos.

“A gente sabe que quem está sendo penalizado são as mães, que têm dificuldade de ir trabalhar, as crianças, porque muitas se alimentam praticamente nas nossas escolas, em especial, aquelas crianças que estudam em tempo integral, que chegam a seis refeições diárias. A gente faz um apelo aos professores para que retornem para a sala de aula. Está aí, sepultada de uma vez por todas, essa questão do não pagamento do piso. O que se exigia era o pagamento do piso”, declarou o prefeito em uma coletiva de imprensa no Palácio Thomé de Souza.

Na entrevista, Bruno Reis disse que os docentes tiveram um aumento salarial com ganho real de 45,03%, acima da inflação, e sempre foram contemplados com remunerações superiores aos das demais categorias de servidores em sua gestão.

“Agora nós fizemos a incorporação. Não há mais motivo para a greve. Não há mais motivo para a paralisação. A gente espera que os professores possam retomar a aula. Já houve a decisão da Justiça, determinando a ilegalidade da greve, parecer no Ministério Público favorável à prefeitura, por considerar a greve legal”, afirmou o prefeito, que já havia criticado a invasão protagonizada por sindicalistas durante a votação do reajuste dos professores.

“Espero que haja sensibilidade, em especial das pessoas que estão à frente dos sindicatos. Todos eles, nós sabemos, com suas vinculações políticas, não pode deixar de ser dito isso aqui nesta manhã. Que eles possam, de uma vez por todas, orientar os professores que voltem à sala de aula”.