POLÍTICA


‘Inadmissível o que fizeram na Câmara. Os responsáveis não ficarão impunes’, diz prefeito

Bruno Reis criticou o viés político do ato protagonizado por sindicalistas ligados à APLB, que representa os professores

Foto: Romulo Faro/MundoBA

 

O prefeito Bruno Reis (União Progressista) classificou nesta terça-feira (27) como “inadmissível” a invasão protagonizada por sindicalistas ligados à categoria dos professores durante a votação do reajuste salarial dos servidores municipais no Centro de Cultura da Câmara de Salvador, na última quinta (22). Em uma coletiva de imprensa no Palácio Thomé de Souza, o prefeito disse que os responsáveis por depredar o espaço não ficarão impunes e criticou o viés político do ato.

“O que aconteceu é algo inadmissível, injustificável, irrazoável. Crimes que foram realizados aqui, à luz do dia”, lamentou o prefeito ao ser questionado pelo MundoBA sobre o episódio.

Em meio ao tumulto, Maurício Trindade, 1º vice-presidente da Câmara, levou socos de um dos manifestantes, e o vereador Sidninho (PP) acabou mordido no braço.

Segundo Bruno Reis, os líderes da invasão ao prédio anexo do Legislativo são os mesmos que estiveram recentemente ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e aceitaram um percentual inferior no aumento dos vencimentos dos educadores da rede estadual.

Em greve há mais de 20 dias, os docentes municipais cobravam à prefeitura o pagamento integral do piso salarial nacional do magistério, que, segundo a APLB-Sindicato, está defasado em mais de 58%.

“O que a Câmara quer, o que a prefeitura quer dos sindicalistas, porque eu sei que isso não é dos professores, dos militantes políticos partidários, é que nos deem o mesmo tratamento que foi dado ao governo do Estado. O governo do Estado deu 6,27%, e isso [manifestação] é o que ocorreu lá, gente? Lá estavam os mesmos sindicalistas que estavam liderando aqui a invasão da Câmara, a depredação do patrimônio público, a agressão aos vereadores. Lá eles estavam do lado do governador tirando foto e aplaudindo”, disse o prefeito, que pediu a seus auxiliares a projeção de uma foto em qual apontou os sindicalistas.

“Aí, olha lá, a cara, dando risada, os sindicalistas. Então, não é hora de fazer política. É hora de resolver a vida das pessoas. Tem milhares de mães e pais que estão sem poder trabalhar porque suas crianças estão em casa.”

Bruno Reis afirmou ter ligado no dia seguinte para prestar solidariedade a Trindade e Sidninho. “Liguei para agradecer a eles. Eles tiveram almoço na sexta-feira, fizemos um vídeo. Agradeço a todos os vereadores que não se intimidaram. O que se tentou aqui foi, através da força, através da agressão, impedir o funcionamento Legislativo, e eles não se deixaram intimidar e deram resposta à altura para os sindicalistas de que se tem respeito às regras. Nós estamos na democracia, e a lei deve ser respeitada.”