POLÍTICA


Vereadora critica reajuste de tarifa de ônibus mesmo após aprovação de subsídio

Aladilce Souza acusa prefeito de ignorar a Câmara e cobra transparência sobre planilha de custos do transporte

Foto: Victor Queirós/CMS

 

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, criticou o anúncio de reajuste da tarifa do transporte coletivo feito pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) na noite de segunda-feira (29), mesmo após a aprovação de um subsídio de R$ 67 milhões para o setor. Para a parlamentar, a medida repete uma postura “autoritária” do Executivo ao desconsiderar o Legislativo e os espaços de controle social.

Segundo Aladilce, o anúncio em pleno recesso parlamentar penaliza duplamente a população. “É um absurdo esse anúncio agora, na véspera da virada do ano, com a Câmara em recesso. O subsídio que aprovamos, dado para os empresários de ônibus, é dinheiro público, é dinheiro do povo. Então o povo contribui com os impostos para pagar o subsídio ao transporte e ainda arca com o aumento. Quer dizer, o povo está sendo penalizado duplamente”, afirmou.

A vereadora também criticou a falta de transparência no processo. De acordo com ela, o prefeito deixou novamente de encaminhar a planilha de custos à Câmara e ao Conselho Municipal de Transporte. “É a mesma prática de atropelar a Câmara e não enviar a planilha de custos para discussão sequer do Conselho Municipal de Transporte, que permanece inativo”, disse.

Aladilce defendeu que a prefeitura abra os dados do sistema e discuta alternativas para subsidiar o transporte, lembrando que cerca de 30% da população já deixou de usar ônibus por não conseguir pagar a tarifa. O reajuste anunciado atinge a tarifa paga pelo usuário, hoje em R$ 5,60, e a tarifa técnica, estimada em R$ 6,19, com subsídio de R$ 0,59 por passagem, em um sistema que transporta cerca de 14 milhões de passageiros por mês.