ECONOMIA


Correios descartam privatização e anunciam plano para enfrentar rombo bilionário

Presidente da estatal defende parcerias com o setor privado e detalha reestruturação com empréstimos

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou nesta segunda-feira (29) que, no momento, a estatal descarta qualquer possibilidade de privatização, apesar do cenário de dificuldades financeiras. Segundo ele, a empresa avalia a adoção de parcerias com o setor privado, inclusive societárias, como alternativa para enfrentar o rombo nas contas e garantir a sustentabilidade do negócio. A declaração foi feita durante a apresentação do plano de reestruturação para o período de 2025 a 2027.

“Não tem um olhar sobre privatização, mas tem um olhar sobre parcerias, inclusive societárias. Tem exemplos de sociedade de economia mista que funcionam, tem exemplos em que não há sociedade de economia mista, mas há parcerias específicas para temas relevantes, como negócios financeiros e seguridades”, afirmou Rondon.

Uma das medidas previstas no plano é a contratação de uma consultoria externa para revisar o modelo organizacional e societário dos Correios. “O que a gente espera que a consultoria nos traga são exemplos que casem com a necessidade da empresa no contexto que estamos, para enxergar qual é o modelo para a gente seguir, mas estamos bem abertos”, completou.

Como parte da estratégia para reequilibrar as finanças, a estatal assinou, na última sexta-feira (26), um contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com um grupo de cinco bancos, com garantia do Tesouro Nacional. A operação integra um plano de captação total de até R$ 20 bilhões, dos quais ainda faltariam cerca de R$ 8 bilhões.

A definição entre um eventual aporte do Tesouro ou uma nova rodada de empréstimos deve ocorrer em 2026. Além disso, o plano prevê redução anual de R$ 4,2 bilhões em despesas, aumento de receitas estimado em R$ 1,7 bilhão e geração de R$ 1,5 bilhão com a venda de imóveis. Entre as medidas estão um programa de demissão voluntária para até 15 mil empregados, revisão de cargos e benefícios e o fechamento de cerca de mil unidades. Somadas, as ações devem gerar um impacto positivo de R$ 7,4 bilhões por ano no caixa da estatal.