POLÍTICA


Silvinei Vasques apresentou atestado médico ao ser detido no Paraguai, dizem autoridades

Documento alegava doença grave e impossibilidade de comunicação oral

Foto: Reprodução/Instagram

 

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, apresentou às autoridades do Paraguai um atestado médico que indicava um câncer em estágio “muito avançado” e a impossibilidade de se comunicar oralmente. A informação foi confirmada pelo comandante policial paraguaio Carlos Duré, chefe do Comando Tripartite, órgão de cooperação entre Brasil, Argentina e Paraguai, em entrevista à CNN Brasil.

Segundo Duré, o documento, supostamente emitido por uma clínica brasileira, está sendo investigado. “Ele trouxe um atestado médico, que está sendo investigado, no qual menciona claramente que ele tinha um câncer muito avançado e que não poderia se comunicar oralmente, somente poderia se comunicar por escrito”, afirmou.

De acordo com o comandante, após a verificação de outros documentos encontrados com o ex-diretor da PRF, incluindo um passaporte brasileiro, Vasques passou a se comunicar normalmente. “Se você mostra um documento paraguaio, tem que falar guarani ou castelhano”, explicou Duré, ao relatar a situação.

Ainda segundo a autoridade policial, Vasques apresentava curativos no pescoço e no braço, que teriam sido atribuídos à suposta doença. “Eu não posso afirmar se ele tem ou não a doença, mas geralmente essas modalidades são utilizadas para tentar evitar certas situações de controle”, disse.

Silvinei Vasques foi detido na madrugada desta sexta-feira (26), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, na região metropolitana de Assunção, quando tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador. As autoridades paraguaias informaram que ele utilizava um documento de identidade extraviado pertencente a outra pessoa.

Após a detenção, Vasques foi interrogado pelo Ministério Público do Paraguai e, em seguida, encaminhado para Ciudad del Este, onde deve ser entregue à Polícia Federal brasileira nas próximas horas.

No Brasil, o ex-diretor da PRF foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por participação em tentativa de golpe de Estado. A decisão ainda é passível de recurso, motivo pelo qual ele aguardava o desfecho do processo em liberdade.