POLÍTICA


Investigação da PF mira assessores de deputados do PL por movimentação de quase R$ 30 milhões em 7 anos

Relatório aponta suspeita de uso irregular da cota parlamentar, que levou à realização da Operação Galho Fraco

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputado/Agência Câmara

 

A Polícia Federal identificou movimentações financeiras consideradas atípicas em contas de assessores vinculados aos deputados federais Carlos Jordy e Sóstenes Cavalcante, ambos do PL do Rio de Janeiro. Segundo relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os valores somam quase R$ 30 milhões entre 2018 e 2024 e levantam suspeitas sobre o uso indevido de recursos públicos.

No entorno do deputado Sóstenes Cavalcante, a apuração indica que o assessor especial Adailton Oliveira Santos movimentou cerca de R$ 11 milhões, com maior concentração de operações nos últimos dois anos. Para os investigadores, os montantes não condizem com a renda formal declarada pelo servidor.

A análise das transações também alcança o gabinete do deputado Carlos Jordy. De acordo com a PF, o assessor Itamar de Souza Santana teria movimentado aproximadamente R$ 6 milhões e é citado como possível articulador de operações financeiras sob suspeita. Outra investigada, Andrea de Figueiredo Desiderati, aparece no relatório com cerca de R$ 7 milhões em movimentações, parte delas identificada como recursos oriundos da Câmara dos Deputados.

As investigações apontam que uma locadora de veículos pode ter sido usada para simular a prestação de serviços e permitir o desvio de verbas da cota parlamentar, por meio de contratos de aluguel de automóveis com empresas ligadas aos próprios investigados, o que é vedado pelas regras internas da Casa.

Na sexta-feira (19), a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Brasília e no Rio de Janeiro. Em um dos endereços ligados a Sóstenes Cavalcante, os agentes apreenderam aproximadamente R$ 430 mil em espécie. O material recolhido será analisado para aprofundar as investigações e esclarecer o destino dos recursos.