POLÍTICA


Deputado critica fala de Rui Costa e diz que cassações representam ‘ato político autoritário’

Capitão Alden afirma que discurso do ministro deturpa a Constituição, ameaça a separação dos Poderes e cria precedente contra a soberania popular

Foto: Ascom Alden

 

O deputado federal Capitão Alden (PL) reagiu nesta sexta-feira (19) às declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre a cassação de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem e classificou a fala como “falsa no mérito, conveniente politicamente e perigosa institucionalmente”.

Segundo Alden, ao associar decisões judiciais controversas à perda automática de mandato, o ministro estaria deturpando a Constituição para justificar um ato de caráter autoritário. “Misturar decisão judicial controversa com cassação automática de mandato é deturpar a Constituição para justificar um ato político autoritário”, disse o deputado ao MundoBA.

Para o parlamentar, não há respaldo constitucional para que ministro de Estado, Supremo Tribunal Federal ou Mesa Diretora promovam cassação de mandato sem votação em plenário.

“Isso não é detalhe técnico. É o coração da separação dos Poderes”, afirmou o deputado.

O parlamentar também criticou o argumento de que a medida preservaria a democracia. Para ele, ocorre exatamente o contrário. “Quando Rui Costa diz que isso ‘preserva a democracia’, ele faz exatamente o oposto: normaliza a exceção e transforma arbítrio em regra”, disse.

Capitão Alden alertou ainda para o precedente que, segundo ele, está sendo criado. “Se bastar uma decisão judicial ainda discutível para eliminar mandatos eleitos, o voto popular vira concessão revogável pelo sistema. Democracia não é obedecer cegamente decisões questionáveis. Democracia é respeitar o devido processo, o Plenário e a soberania popular”, declarou.

Na avaliação do deputado, democracia pressupõe respeito ao devido processo legal, ao plenário e à soberania popular. “O que vimos não foi cumprimento da lei. Foi uso seletivo da lei para eliminar adversários políticos”.

Ao concluir, Alden reforçou o alerta institucional. “Hoje foram deputados da oposição. Amanhã, qualquer um que incomode. Quem aplaude isso agora está assinando a certidão de óbito do Parlamento,  e fingindo surpresa enquanto segura a caneta”.