POLÍTICA


TCM-BA aprova norma para fiscalizar emendas parlamentares municipais

Resolução segue decisão do STF e estabelece regras de transparência, rastreabilidade e prestação de contas

Foto: Divulgação/Assessoria

 

Os conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) aprovaram, nesta quinta-feira (18), a Resolução nº 1.502, que regulamenta a fiscalização e o acompanhamento da execução de emendas parlamentares municipais. A norma define diretrizes para garantir transparência, rastreabilidade e prestação de contas dos recursos transferidos, em cumprimento a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 854/25.

A resolução estabelece que as prefeituras baianas deverão adotar, a partir de 1º de janeiro de 2026, medidas para assegurar o cumprimento do artigo 163-A da Constituição Federal e das exigências fixadas pelo TCM. Entre elas, está a obrigatoriedade de instituir e manter uma plataforma digital específica para as emendas parlamentares municipais, com dados abertos, permitindo consulta pública, download e uso das informações por cidadãos e órgãos de controle.

O texto detalha, em cinco capítulos, os requisitos de transparência que deverão constar no descritivo das emendas, como identificação do parlamentar, código da emenda no orçamento, finalidade do gasto, valor dos recursos, órgão responsável pela execução, local beneficiado e prazos de implementação. A prestação de contas seguirá os mesmos procedimentos já adotados pelo TCM, com declaração no sistema SIGA e inserção da documentação no e-TCM, além da inclusão das informações na plataforma digital.

A norma também alcança entidades privadas sem fins lucrativos beneficiadas por recursos oriundos de emendas parlamentares municipais, que deverão se adequar às exigências legais. De acordo com o TCM, a execução das emendas ficará condicionada, a partir de 2026, à implementação integral das medidas previstas na resolução e ao cumprimento das determinações do STF. O presidente do tribunal, conselheiro Francisco de Souza Andrade Netto, afirmou que o órgão seguirá atuando com rigor para garantir a correta aplicação dos recursos públicos e ampliar o controle social.