POLÍTICA


‘Se meu filho estiver envolvido nisso, será investigado’, diz Lula sobre fraudes no INSS

Presidente afirma que todos os envolvidos no esquema serão apurados e que parentes não terão tratamento diferenciado

Foto: Reprodução/Canal GOV

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (18), que as investigações sobre o esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS irão atingir todos os envolvidos, sem exceções. Questionado sobre o suposto envolvimento de seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o presidente foi direto: se houver indícios, ele também será investigado.

A declaração foi feita durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura desvios ilegais em benefícios previdenciários entre 2019 e 2024. Segundo as investigações, o esquema pode ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões.

Lula destacou que parte das apurações corre sob sigilo, mas reforçou a necessidade de seriedade no processo. “Muitas das coisas estão em segredo de Estado. Já li notícias e tenho dito para ministros e à CPI que é importante ter seriedade, que se possa investigar todas as pessoas envolvidas. Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu envolvido nisso, ele será investigado”, afirmou.

A nova fase da operação foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, que retirou o sigilo da decisão nesta quinta. A Polícia Federal identificou repasses milionários ligados a empresas investigadas e diálogos que indicam tentativas de ocultação de provas.

Nesta etapa, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisões preventivas em vários estados, além do Distrito Federal. Entre os presos estão filhos de investigados apontados como operadores do esquema. Também houve o afastamento e prisão domiciliar de ex-integrantes da cúpula do Ministério da Previdência.

A Operação Sem Desconto investiga a cobrança indevida de mensalidades associativas descontadas diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas, muitas vezes sem qualquer autorização. As entidades envolvidas tiveram contratos suspensos, e o caso provocou mudanças no comando do Ministério da Previdência.

O presidente reiterou que o governo não irá interferir nas investigações e que espera que os responsáveis sejam punidos conforme a lei, independentemente de vínculos políticos ou pessoais.