ECONOMIA


Ibovespa sobe mais de 1% com alta puxada por bancos e Vale

Índice reage ao IBC-Br negativo, enquanto dólar avança levemente e juros futuros caem

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O Ibovespa iniciou a última semana cheia do ano em alta consistente e avançou 1,07%, aos 162.481,74 pontos, o que representa um ganho de 1.715,37 pontos. Na máxima do dia, o principal índice da Bolsa brasileira chegou a ultrapassar os 163 mil pontos, alcançando 163.073,14.

O dólar comercial, que operava em queda no início do pregão, inverteu o sinal ao longo da tarde e encerrou com alta de 0,23%, cotado a R$ 5,423. Os contratos de juros futuros (DIs) fecharam em queda em toda a curva.

O principal destaque do dia foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador apontou retração de 0,2% na atividade econômica, contrariando a mediana das projeções do mercado, que indicava crescimento de 0,1%.

A queda da atividade foi puxada principalmente pelos setores de indústria e serviços, enquanto o desempenho do agronegócio ajudou a evitar um resultado ainda mais negativo. Para Rodolfo Margato, economista da XP, a desaceleração da atividade doméstica ao longo do segundo semestre está em linha com a política monetária contracionista. “Isto posto, o mercado de trabalho robusto, apesar dos sinais iniciais de estabilização do emprego, e medidas fiscais expansionistas sustentam nosso cenário de resiliência da atividade à frente”, avaliou.

Na Bolsa, a leitura de desaceleração econômica animou os investidores, ao reforçar a percepção de que a política monetária do Banco Central vem surtindo efeito e pode abrir espaço para cortes de juros nos próximos meses. A maioria dos ativos registrou alta, com destaque para as blue chips. As ações da Vale (VALE3) subiram 0,61% e as da Petrobras (PETR4) avançaram 0,35%.

Os bancos lideraram os ganhos do Ibovespa. O Banco do Brasil (BBAS3) avançou 1,43%, o Bradesco (BBDC4) teve alta de 1,39%, o Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 1,51% e o Santander (SANB11) registrou valorização de 3,10%. A B3 (B3SA3) encerrou o dia com alta de 0,56%, após divulgar projeções para o próximo ano, apesar de preocupações com o guidance de custos.

No campo das quedas, as ações da Suzano (SUZB3) recuaram 0,71%, em dia marcado pelo anúncio de aumento no preço da celulose. A Braskem (BRKM5) caiu 2,39%, após chegar a entrar em leilão, em meio às movimentações envolvendo a venda da participação da Novonor. Fora do índice, a Azul (AZUL4) despencou 20,75%, com o mercado reagindo negativamente à forte diluição prevista após o avanço no processo de Chapter 11.

Para esta terça-feira, os investidores acompanham a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos e analisam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em busca de sinais sobre o início do ciclo de cortes da taxa Selic.

Com informações do InfoMoney