POLÍTICA


Rui Costa defende fim da impunidade ao comentar PL Antifacção e Dosimetria

Ministro afirma que não pode haver diferenciação entre crimes e critica benefícios a criminosos ricos e influentes

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, comentou nesta segunda-feira (15) sobre o PL da Antifacção e da Dosimetria das penas. Em coletiva de imprensa durante vistoria técnica às obras de macrodrenagem do Canal Mangabeira, em Salvador, Rui afirmou que há hoje uma clara disputa entre grupos políticos com visões opostas sobre o enfrentamento à criminalidade no país. 

Segundo Rui, existe uma divisão entre “um grupo político que representa a extrema direita, o que a população chama de centrão” e outro que atua “pensando no país, pensando na sociedade, pensando na transparência e de fato querendo o fim da impunidade aos criminosos”, sejam eles ligados ao crime organizado das periferias ou ao crime de colarinho branco.

Para o ministro, não é aceitável diferenciar crimes a partir da condição social do acusado. “Não é possível você diferenciar os crimes, ou seja, de reafirmar no Brasil de que se você é criminoso, mas é rico, é influente, você tem sempre gente disposta a liberar a sua pena. E se você é pobre, quanto menos dinheiro você tenha, mais tempo você vai pegar de cadeia”, afirmou.

Rui Costa destacou ainda que a impunidade está diretamente ligada ao aumento da criminalidade. “Eu tenho repetido desde sempre: é preciso colocar um fim à impunidade. Impunidade é irmã gêmea da criminalidade. Quanto maior a impunidade, maior será a criminalidade. E o inverso é verdadeiro”, disse, citando que países com penas mais rígidas e menos brechas legais tendem a registrar menores índices de crimes.

O ministro também citou casos emblemáticos de violência extrema seguidos de rápida soltura dos condenados. Para ele, situações em que autores de crimes bárbaros deixam a prisão em pouco tempo representam “a inversão completa dos valores” e não refletem o que a maioria das famílias brasileiras deseja. “Não dá para brincar com isso”, concluiu.