POLÍTICA


Lira se irrita com governo e Hugo Motta após Câmara salvar Glauber

Ex-presidente da Câmara acha que seu sucessor só deveria pautar cassação se tivesse certeza dos votos

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

Arthur Lira está irritado com o governo federal e com seu pupilo, Hugo Motta (Republicanos-PB), após a Câmara salvar o mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), na quarta-feira (10).

O ex-presidente da Câmara é inimigo pessoal de Glauber e não gostou da interferência do secretário de Assuntos Legislativos do Planalto, André Ceciliano, que chegou a ameaçar cortar emendas de deputados que votassem a favor da cassação.

A principal irritação de Lira, no entanto, foi com o atual presidente da Câmara, Hugo Motta. Para Lira, Motta só deveria pautar a cassação se tivesse certeza dos votos. Com informações dos colunistas Igor Gadelha e Andreza Matais, do Portal Metrópoles.

Hugo Motta tem sofrido pressão de deputados de diversos partidos. Segundo a CNN Brasil, o presidente da Câmara não conseguiria se reeleger ao cargo se a votação acontecesse hoje.

Entenda o caso Glauber

Uma articulação feita pela líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (PSOL-RJ), fez seu correligionário Glauber Braga (PSOL-RJ) ser suspenso da casa legislativa por seis meses ao invés de ser cassado, como tentavam alguns parlamentares da oposição.

Talíria convenceu alguns dos deputados não ideológicos do centrão com o argumento de que havia exagero na proposta de cassar Glauber por agredir integrante do MBL.

Segundo Talíria, os parlamentares do União Brasil, PSD e PP foram os que mais aderiram à estratégia de salvar o mandato de Glauber Braga. Foram 318 votos favoráveis e 141 contrários à suspensão. Eram necessários 257 votos para suspender o psolista e com isso, salvar seu mandato. Com a cassação, Glauber perderia os direitos políticos e não poderia ser eleito por oito anos.

A denúncia contra Glauber foi apresentada pelo Partido Novo em abril de 2024. A sigla diz que o parlamentar agrediu fisicamente um membro do Movimento Brasil Livre (MBL), identificado como Gabriel Costenaro, dentro das dependências da Câmara.

De acordo com vídeos e relatos, Braga e Costenaro trocavam farpas em um dos anexos da casa legislativa, quando o embate evoluiu para empurrões e chutes do parlamentar contra o militante, em uma tentativa de retirá-lo à força das dependências da Câmara.

Glauber conseguiu expulsar Costenaro da Câmara, porém, a briga continuou, precisando ser apartada por policiais legislativos, que levaram os dois para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da casa legislativa.

Na Depol, Braga passou a discutir com o também deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que é um dos fundadores do MBL.

O deputado do PSOL alega que as agressões contra o membro do MBL foram uma “reação a provocações sistemáticas”, afirmando que Gabriel teria “ofendido a honra de sua mãe”, que faleceu algumas semanas após a briga. Com informações do Portal UOL.