ECONOMIA


Conta de luz deve subir em 2026 para bancar R$ 47,8 bilhões em subsídios

Orçamento do fundo que financia políticas do setor elétrico cresce 7% e pressiona tarifas no próximo ano

Foto: Agência Brasil/Arquivo

 

A conta de luz deve ficar mais cara em 2026 devido ao avanço dos subsídios financiados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), mecanismo que custeia políticas públicas do setor elétrico. Segundo dados técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o orçamento do fundo deve alcançar R$ 52,6 bilhões no próximo ano, sendo R$ 47,8 bilhões destinados a subsídios. A diretoria da agência analisará a proposta nesta terça-feira (9).

O valor representa aumento de 7% em relação ao previsto para 2025 e tende a pressionar diretamente as tarifas. A CDE é custeada principalmente pelos consumidores, além de contar com aportes do Orçamento da União e receitas privadas. Nos últimos cinco anos, o fundo acumula crescimento expressivo, passando de cerca de R$ 22 bilhões em 2020 para R$ 49,3 bilhões em 2025.

Entre os fatores que impulsionam o aumento estão os subsídios para geração eólica e solar de grande porte, que somam R$ 3,4 bilhões, e para pequenos sistemas fotovoltaicos instalados em residências e comércios, com alta de R$ 3,2 bilhões. A tarifa social de energia, que teve ampliação de benefícios, também contribui para o crescimento, adicionando R$ 2,6 bilhões ao orçamento.

Alguns itens registraram queda, como o subsídio ao carvão mineral da usina Jorge Lacerda (SC), reduzido em cerca de R$ 1 bilhão após mudanças no regime de operação. A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que subsidia termelétricas em regiões isoladas, também terá recuo de R$ 1,1 bilhão com a integração definitiva de Roraima ao sistema interligado.