SALVADOR


Salvador registra mais de 46 mil atendimentos a mulheres vítimas de violência nos últimos 5 anos

Crescimento anual reforça a importância dos CRAMs como rede de acolhimento e proteção na capital baiana

Foto: Bruno Concha / Secom PMS

 

Os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs) da Prefeitura de Salvador contabilizaram 46.571 procedimentos nos últimos cinco anos. A capital conta com três unidades administradas pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ). A maior parte das mulheres atendidas é preta ou parda, tem entre 41 e 50 anos e concluiu apenas o Ensino Médio.

Em 2024, foram registrados 14.406 atendimentos. Já em 2025, até outubro, as equipes realizaram 9.995 procedimentos. Entre os relatos mais frequentes estão casos de violência psicológica (3.050), ataque moral (2.711) e agressão física (2.377). Pelo menos 2.145 vítimas mencionaram prejuízos patrimoniais, além de 1.265 denúncias de violência sexual. A maioria vive com renda de até um salário mínimo.

Os CRAMs funcionam como porta de acolhimento às vítimas. Ao chegar a uma das unidades, a mulher passa primeiro por uma escuta qualificada com uma técnica do serviço. Depois, recebe apoio de uma psicóloga e de uma assistente social. Quando necessário, é encaminhada para a rede de proteção, que envolve a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Defensoria Pública, unidades de saúde e outros órgãos.

A secretária da SPMJ, Fernanda Lordêlo, reforçou a relevância do trabalho desenvolvido. “Por trás de cada número, existe uma mulher que encontrou coragem para pedir ajuda. Os CRAMs existem para acolher, orientar e garantir que essas mulheres tenham acesso aos seus direitos e possam reconstruir suas vidas com segurança e dignidade. Os trabalhos realizados nessas unidades mostram a força da política pública quando ela é feita para transformar realidades, salvando vidas e rompendo o ciclo da violência.”

As unidades em funcionamento são o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), instalado na Casa da Mulher Brasileira, na Avenida Tancredo Neves; o Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (CAMSID), na Ribeira; e o Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (CREAM), em Fazenda Grande II.

A série histórica demonstra aumento na procura pelo serviço. Em 2021, foram 5.206 atendimentos. Em 2022, o número subiu para 3.626; em 2023, para 13.338; e em 2024, para 14.406. Os CRAMs funcionam por demanda aberta e podem ser acionados também pelo 156, na aura 9, telefone ou e-mail.

Contatos:

CRAMLV – telefone 71 3202-7396, e-mail: cramlv@salvador.ba.gov.br
CAMSID – telefone 71 3202-7399, e-mail: Camsid.spmj@salvador.ba.gov.br
CREAM – telefone 71 3202-7380, e-mail: cream.spmj@salvador.ba.gov.br