POLÍTICA


Jerônimo minimiza R$ 26 bi em empréstimos e diz que recorrerá a novas operações

Criticado pela oposição, governador afirmou não ter recursos suficientes para investimentos e afirma que saúde financeira da máquina estadual "é boa"

Foto: Eduardo Costa/MundoBA

 

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), reagiu às críticas da oposição ao volume de empréstimos aprovados com aval da Assembleia Legislativa e afirmou que continuará a recorrer a operações de crédito porque, segundo ele, os recursos estaduais são insuficientes. Em pouco mais de dois anos de mandato, a gestão petista já efetuou 22 operações de crédito, que totalizam R$ 26 bilhões. O mais recente deles, de R$ 2 bilhões, foi aprovado na segunda-feira (1º).

“O dinheiro não é suficiente de um estado como a Bahia, que é a 16ª receita nacional […] Suficientemente para poder fazer os investimentos sem pedir ajuda da Assembleia e dos órgãos de financiamento”, declarou Jerônimo durante uma agenda na avenida Paralela, em Salvador.

O governador disse que seu antecessor no cargo, o hoje ministro Rui Costa (Casa Civil), passou seis anos sem buscar financiamentos públicos. “Eu tenho comparado sempre: se o governo federal passado deixasse o ex-governador Rui Costa tomar empréstimos, Rui teria tomado, teria sido autorizado, e esses investimentos que estão recaindo sobre a minha mesa seriam reduzidos”, disse

“As dívidas nossas com os investimentos sociais só cresceram. O Rui eu tenho dito que fez milagre com recursos próprios, com agendas em emendas parlamentares, seja estadual, federal, do Senado, mas não foi suficiente. Portanto, nós vamos continuar”, acrescentou o petista.

Na semana passada, o líder da oposição, Tiago Correia (PSDB), e outros 18 deputados da bancada protocolaram no TCE (Tribunal de Contas do Estado) e no MP-BA (Ministério Público da Bahia) pedidos de investigação sobre a quantidade de empréstimos requeridos sob Jerônimo. Para os adversários, a administração estadual ampliou o nível de endividamento com o volume de créditos contratados.

Jerônimo, por sua vez, diz que a saúde financeira do Estado “é boa”. “Nem a Assembleia, nem a Secretaria de Fazenda, muito menos o Ministério da Economia iriam aprovar o investimento, porque senão, se a gente não pagar, quem assume o pagamento é o governo federal, que faz o lastro, dá a garantia.”

“Nós estamos brincando com isso. O lugar da oposição é fazer a crítica e que ela seja responsável o suficiente”, disse.