SAÚDE


Três países africanos iniciam uso da PrEP injetável que reduz em 99,9% o risco de HIV

África do Sul, Essuatíni e Zâmbia começam a aplicar o Lenacapavir, injeção semestral considerada um avanço na prevenção da doença

Foto: Carol Souza / SES-MG

 

A África do Sul, Essuatíni e Zâmbia começaram, nesta segunda-feira (1º), a utilizar o Lenacapavir como ferramenta de prevenção ao HIV. A injeção semestral marca o primeiro lançamento público do medicamento no continente africano, região com a maior concentração de pessoas vivendo com o vírus no mundo.

Segundo pesquisadores, o Lenacapavir reduz em mais de 99,9% o risco de transmissão e, pela sua eficácia e facilidade de uso, é visto como um marco na profilaxia pré-exposição (PrEP). Na África do Sul, onde cerca de um em cada cinco adultos vive com HIV, o início das aplicações é supervisionado por uma unidade de pesquisa da Universidade de Wits, como parte de uma iniciativa financiada pela Unitaid.

Os países vizinhos Zâmbia e Essuatíni também começaram a distribuição das primeiras 1.000 doses, entregues pelos Estados Unidos, durante cerimônias do Dia Mundial da Luta Contra a Aids. Em Essuatíni, o lançamento foi acompanhado por eventos públicos, música e falas de autoridades, que destacaram a relevância do novo recurso de prevenção.

Apesar do avanço, o custo do Lenacapavir, US$ 28 mil por pessoa ao ano nos Estados Unidos, ainda é considerado inviável para a maioria dos países africanos. A expectativa é que versões genéricas estejam disponíveis a partir de 2027, por cerca de US$ 40 anuais, ampliando o acesso à medicação.

A África Oriental e Austral concentram 52% das 40,8 milhões de pessoas que vivem com HIV no mundo, segundo dados do Unaids de 2024. Em países como Zâmbia e Essuatíni, onde o vírus afeta parcelas significativas da população, a nova PrEP é vista como uma oportunidade para reduzir infecções e fortalecer estratégias de prevenção.