BAHIA


Recursos próprios impulsionam investimentos recordes na Bahia

Estado aplica R$ 20,2 bilhões desde 2023, com apenas 26% oriundos de operações de crédito; equilíbrio fiscal mantém endividamento em queda

Foto: Feijão Almeida/GOVBA

 

Com um volume recorde de R$ 20,2 bilhões investidos desde janeiro de 2023, a Bahia financiou a maior parte desses recursos diretamente do próprio caixa, enquanto apenas R$ 5,4 bilhões, cerca de 26%, correspondem a operações de crédito já liberadas no período. O levantamento é da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA), que aponta a solidez fiscal como motor para sustentar o ritmo de obras e ações estratégicas em todo o território baiano.

Até agora, a atual gestão contratou 18 operações de crédito, somando R$ 9,01 bilhões. Deste total, ainda restam cerca de R$ 3,7 bilhões a serem liberados pelas instituições financeiras, conforme os cronogramas dos contratos. Os empréstimos, ressalta a Sefaz, só podem ser destinados a novos investimentos ou à reestruturação da dívida estadual.

Segundo o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, a diferença entre autorização legislativa e ingresso efetivo dos recursos costuma gerar ruído no debate público. “Quando o governador anuncia que já investiu R$ 20 bilhões, a maior parte veio do Tesouro estadual, e isto evidencia a solidez das contas do Estado da Bahia”, afirma. Ele reforça, porém, que as operações de crédito seguem essenciais para ampliar obras nas áreas de saúde, segurança, educação e infraestrutura.

O equilíbrio fiscal estabelecido nos últimos anos garantiu ao Estado capacidade para contratar novos financiamentos sem pressionar o endividamento. A relação dívida/receita caiu de 37% para 33% desde o fim de 2024 e, segundo projeções da Sefaz, continuará em trajetória de queda nos próximos dez anos, mesmo com a contratação de novos empréstimos.

O cenário contrasta com o início dos anos 2000, quando a dívida baiana chegou a 182% da receita. A trajetória descendente desde 2010, aponta Vitório, decorre de uma gestão consistente das contas públicas. Atualmente, a Bahia mantém nível de endividamento muito inferior ao de estados como Rio de Janeiro (202%), Rio Grande do Sul (176%), Minas Gerais (150%) e São Paulo (121%), de acordo com dados do Siconfi/Tesouro Nacional.

“O perfil de endividamento da Bahia está sob controle principalmente devido ao rigoroso cumprimento das parcelas de amortização da dívida pelo Estado”, destaca Vitório, lembrando que a dívida atual resulta de compromissos acumulados ao longo de diferentes governos.