ARTIGO


Carta aberta aos associados do Yacht Clube da Bahia

Texto de Marcelo Sacramento

Foto: Arquivo pessoal

 

Queridos amigos e companheiros do Yacht,

Seis anos e meio se passaram desde que deixei a Comodoria do nosso clube. Só agora, com o coração em paz e a verdade reconhecida pela Justiça, sinto que chegou o momento de escrever a vocês.

Nestes anos, vivi um dos períodos mais difíceis da minha vida. Fui alvo de calúnias publicadas oficialmente na revista do clube que circulou em toda nossa cidade, perseguições, acusações infundadas e manobras cruéis que atingiram não só a mim, mas também minha família. Um grupo de conselheiros, movidos por divergências políticas, inveja e intolerância, escolheu transformar o nosso clube — que deveria ser espaço de união e amizade — em palco de perseguição e ataques pessoais. Foram anos de injustiças, de processos que nunca deveriam ter existido, de tentativas baixas de me destruir.

Hoje, depois de tantas batalhas, compartilho com vocês que vencemos todas. Cinco sentenças confirmaram a verdade: não havia nada contra mim além da má-fé e da perseguição. O Yacht, infelizmente, acabou condenado a arcar com as consequências dessas práticas vergonhosas. E olha, pensando no clube, por três vezes ofereci ao Conselho a possibilidade de um acordo mediado pela Fenaclubes (Confederação Nacional dos Clubes ), eles recusaram as três vezes. Essa não é uma vitória minha apenas — é a vitória da verdade sobre a mentira, da justiça sobre o ódio.

Lamento profundamente que meu pai e meu grande amigo ex Comodoro do nosso Clube Jonh Brussel já não estejam entre nós para testemunhar esse momento. Foram eles que, com coragem e amor, estiveram mais ao meu lado, Jonny dentro do clube, firme na minha defesa contra os caluniadores. Tenho certeza de que, de onde estiverem, vibram junto comigo.

Durante este tempo, precisei gastar energia que poderia ter sido dedicada a projetos para o Clube, à vela, à natação, aos nossos jovens. Ainda assim, nunca deixei de acreditar no trabalho que realizamos juntos: os títulos conquistados no Brasil e no mundo, os investimentos, o reconhecimento nacional e internacional, a paz selada com a Vila Brandão, a compra do terreno da Ladeira da Barra, a construção do estaleiro 4, a honra de representar o nosso clube em Brasília recebendo o Mérito Naval, Clube esportivo do ano e presidente do ano do Brasil. Foram anos de entrega e de paixão verdadeira por essa casa que tanto amo.

Sei que muitos de vocês acompanharam tudo de perto e sofreram comigo. Sei também que muitos ficaram em dúvida diante de tantas mentiras repetidas. É por isso que escrevo: para que todos saibam que a justiça foi feita. E mais do que isso — para que possamos virar a página.

Aprendi nesses anos que, com gente, não se marca, não se ferra, não se mata, como diz a canção Disparada. Com gente é diferente: se acolhe, se respeita e também se perdoa. E eu perdoo, de coração esses incautos.

Sigo em frente com a mesma fé que sempre guiou a minha vida: a fé de quem não foge da luta, de quem acredita no poder da verdade, de quem nunca perde o foco.

Ao me dirigir a vocês agora, não falo apenas como ex-Comodoro ou Conselheiro Nato e Diretor Nordeste da FENACLUBES. Falo como amigo, como alguém que ama profundamente este Clube.

Que este fim de ano traga paz, saúde e família reunida a todos nós.
Um abraço fraterno,

Marcelo Sacramento de Araujo
Conselheiro Nato do YCB
Diretor Nordeste da Confederação Nacional de Clubes