POLÍTICA


Bolsonaro diz ter tido ‘alucinação’ ao tentar violar tornozeleira eletrônica

Ex-presidente disse, em audiência de custódia, que interação medicamentosa provocou paranoia e o levou a usar ferro de solda no equipamento

Foto: Jorge Sant’Ana/TV Globo

 

Durante audiência de custódia realizada neste domingo (23), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a tentativa de alterar sua tornozeleira eletrônica foi motivada por um episódio de confusão mental que, segundo ele, teria sido provocado pela combinação de medicamentos prescritos por diferentes médicos.

Bolsonaro foi preso no sábado (22) e levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Ao ser ouvido, relatou que os remédios, entre eles Pregabalina e Sertralina, teriam provocado noites mal dormidas e um estado de “paranoia”. Ele disse que, por volta da meia-noite, utilizou um ferro de solda para mexer no dispositivo, mas interrompeu a ação e comunicou os agentes antes de causar danos ao equipamento.

No vídeo divulgado pela PF no sábado, entretanto, Bolsonaro afirma que começou a manipular a tornozeleira ainda na tarde de sexta-feira (21). Na audiência, ele declarou não se recordar de episódios semelhantes e afirmou ter iniciado o uso de um dos medicamentos quatro dias antes do ocorrido.

O ex-presidente disse que estava em casa com a filha, o irmão e um assessor, mas que nenhum deles presenciou a ação. Também negou que tenha tentado romper o equipamento para fugir, ressaltando que a tornozeleira não foi danificada nesta ocasião e que uma quebra anterior teria ocorrido durante a realização de uma tomografia.

Questionado sobre a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro, seu filho, o ex-presidente afirmou que o local fica a aproximadamente 700 metros de sua residência, o que, segundo ele, não teria potencial para causar tumulto que permitisse qualquer tentativa de fuga.