ECONOMIA


Exportadores comemoram retirada de sobretaxas dos EUA

Para entidades, medida representa um avanço importante rumo à normalização das relações comerciais

Foto: Reprodução/Lucio Gomes/@Porto de Fortaleza
Porto

 

A derrubada das sobretaxas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos agropecuários brasileiros foi comemorada por entidades do setor, que atribuíram o resultado ao trabalho conjunto com o governo brasileiro para remover as barreiras comerciais.

Na quinta-feira (20), o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou decreto para retirar tarifas de até 40% aplicadas a itens relevantes da pauta exportadora, como carne bovina e café. No total, 212 produtos agrícolas e pecuários — incluindo fertilizantes à base de amônia — foram beneficiados.

A Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) afirmou que a decisão representa um avanço na normalização do comércio bilateral.

“A medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas”, disse a entidade, que apontou a necessidade de ampliar as negociações para eliminar tarifas ainda aplicadas a bens industriais.

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) disse que a reversão permite ao país recuperar espaço no mercado americano.
“Os próprios torrefadores [dos EUA] lutaram muito pela reconquista da isonomia para os cafés brasileiros. Agora estamos em pé de igualdade, é o que sempre quisemos”, afirmou o diretor-geral, Marcos Antonio Matos.

A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) também celebrou a medida, afirmando que ela reforça a estabilidade no comércio internacional.
“A decisão demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, que levaram a um desfecho construtivo e positivo”, disse a associação.

A ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) classificou a redução tarifária como uma vitória do esforço diplomático e da mobilização da cadeia produtiva.
“Desde o início do ano, o setor privado atuou como interlocutor técnico, dialogando com importadores e fornecendo informações estratégicas que auxiliaram o governo nas negociações”, afirmou o presidente, Pavel Cardoso.

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, avaliou que o gesto de Washington cria condições favoráveis para novas rodadas de negociação, especialmente para bens industriais.

“A nova medida volta a tornar nossos produtos competitivos, sobretudo após a remoção das tarifas recíprocas, de 10%, na semana passada, que havia colocado nossos produtores em posição menos vantajosa”, declarou.

Com informações do jornal Folha de S. Paulo