ECONOMIA


Fundos de pensão de servidores podem perder quase R$ 2 bilhões após liquidação do Banco Master

Entidades estaduais e municipais investiram pesado em letras financeiras do grupo de Daniel Vorcaro, preso pela PF

Foto: Divulgação/Grupo Master

 

A liquidação do Banco Master, decretada pelo Banco Central nesta terça-feira (18), deixou expostos quase R$ 2 bilhões aplicados por 17 fundos de pensão de servidores estaduais e municipais em títulos da instituição. Diferentemente dos investidores pessoa física, cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), os recursos destinados às aposentadorias dos servidores não têm proteção e dependem do processo de liquidação, que pode levar anos para definir o tamanho das perdas.

A maior exposição é do Rioprevidência, com cerca de R$ 1 bilhão aplicados em letras financeiras emitidas entre 2023 e 2024, com vencimentos até 2034. A autarquia afirma que tenta trocar os papéis por precatórios federais e garantiu que o pagamento de aposentadorias está assegurado. No Amapá, o Amprev tem R$ 400 milhões aplicados e também tenta minimizar os impactos, destacando que os benefícios estão garantidos e que os aportes seguiram as normas dos Regimes Próprios de Previdência Social.

Outras entidades municipais, como os fundos de Maceió, São Roque, Cajamar, Itaguaí e Amazonprev, além de estatais como a Cedae e empresas como a Oncoclínicas, também investiram milhões nos títulos do Master. Muitos desses aportes estão sob investigação de tribunais de contas, que apontam possível desrespeito a recomendações de risco.

Para o Ministério da Previdência, o caso expõe fragilidades nas regras dos regimes próprios. O diretor do departamento responsável pelos RPPS, Allex Albert Rodrigues, defende critérios mais rígidos de governança, diversificação e análise de risco. Ele afirma que, apesar de os investimentos estarem dentro das normas na época, é preciso apurar responsabilidades e aperfeiçoar o sistema para evitar novos prejuízos.