POLÍTICA


Oposição acusa base de Jerônimo de manobrar urgência para empréstimo de R$ 2 bi

Líder da minoria, Tiago Correia (PSDB) disse que pedido foi aprovado sem quórum, com a presença de apenas 15 governistas

Foto: Assessoria/Tiago Correia

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, Tiago Correia (PSDB), acusou nesta quinta-feira (19) aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de manobrar a votação da urgência do 20º pedido de empréstimo do Executivo no valor de R$ 2 bilhões. Segundo ele, após intervenção do líder da maioria Rosemberg Pinto (PT), o requerimento foi aprovado com apenas 15 governistas presentes. O texto deve ser votado nos próximos dias.

Correia afirmou que a apreciação da urgência ocorreu após um momento de paralisação da sessão, quando parte dos parlamentares ainda não havia retomado os trabalhos. Ele diz que esse cenário abriu espaço para que o governo avançasse sem que os demais deputados percebessem a leitura da matéria.

“Realmente, em um momento de desatenção, não percebemos a leitura do projeto pela presidente Ivana Bastos. É do jogo parlamentar, mas, tratando de uma matéria dessa magnitude, considero uma tamanha irresponsabilidade”, afirmou.

Após verificar a votação nominal, Correia disse que cada um dos 15 parlamentares favoráveis ao pedido de empréstimo, na prática, assumiu individualmente a responsabilidade equivalente a cerca de R$ 133,3 milhões no que chamou de “novo endividamento do Estado”.

Os deputados da base que votaram pela urgência foram: Fátima Nunes; Rosemberg Pinto; Zó; Maria del Carmen; Felipe; Marconi; Fabíola; Ângelo Filho; Ludmila; Matheus; Rogério Andrade; Marcinho; Júnior Muniz; Robinson e Olívia.

Para Tiago Correia, o episódio revela “um retrato claro da imprudência do governo” e o que chamou de descuido institucional. “Prefere recorrer a atalhos regimentais e artifícios de ocasião a encarar o debate transparente sobre uma dívida bilionária que afetará toda a população baiana.”

“É estarrecedor que o próprio governo não consiga garantir quórum para votar um tema dessa magnitude e, ainda assim, force a aprovação de um endividamento bilionário sem a presença do plenário e sem a mínima discussão. É um desrespeito com esta Casa, com o processo legislativo e, sobretudo, com o povo da Bahia”, disse o líder da oposição.