ECONOMIA


PF prende Daniel Vorcaro em operação contra fraudes financeiras

Defesa nega tentativa de fuga e afirma que banqueiro viajava aos Emirados Árabes para assinar venda do Banco Master

Foto: Reprodução/YouTube

 

A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (18), o banqueiro Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, durante operação que mira um esquema de fraudes contra o Sistema Financeiro Nacional. A investigação aponta a suposta emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras, usados posteriormente em negociações com outros bancos e substituídos por ativos avaliados de forma irregular. A operação cumpre mandados de prisão e busca em cinco estados e no Distrito Federal.

Segundo a PF, a apuração começou em 2024 e identificou indícios de que carteiras de crédito fictícias ou infladas teriam sido produzidas e negociadas, criando risco para o mercado e para investidores. Os investigadores afirmam que esses títulos insubsistentes eram apresentados como ativos legítimos, o que ampliaria a gravidade das irregularidades sob análise. A operação, batizada de Compliance Zero, apura crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.

A defesa de Vorcaro, no entanto, nega qualquer tentativa de fuga ao país. Os advogados afirmam que o banqueiro foi detido no Aeroporto Internacional de Guarulhos enquanto embarcava para os Emirados Árabes Unidos, onde assinaria o contrato de venda do Banco Master, operação que havia sido anunciada no mesmo dia. A viagem, segundo os representantes, integrava a agenda oficial da negociação com investidores internacionais que administram mais de US$ 100 bilhões em ativos.

A prisão ocorreu um dia após a Fictor Holding Financeira apresentar proposta de compra do Master, prevendo um aporte de R$ 3 bilhões para reforço de capital. A operação, entretanto, foi seguida por uma intervenção do Banco Central, que decretou regime de administração especial temporária por 120 dias e liquidou o conglomerado. Enquanto isso, as diligências da PF seguem mapeando a participação de diferentes agentes na criação artificial de créditos e na troca posterior por ativos de avaliação duvidosa.