ECONOMIA


Governo reduz previsão de crescimento do PIB e admite inflação acima da meta em 2025

Com juros altos, a economia deve desacelerar e o crescimento projetado cai de 2,3% para 2,2%, segundo o Ministério da Fazenda.

Foto: Reprodução/redes sociais

 

O Ministério da Fazenda revisou para baixo a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano. De acordo com o novo Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (13), a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 2,3% para 2,2%. A pasta atribui a desaceleração ao impacto prolongado dos juros altos, que reduziram o ritmo de atividade econômica. A estimativa oficial ainda é superior à do Banco Central (2%) e à do mercado financeiro (2,16%).

A Secretaria de Política Econômica (SPE) também manteve a projeção de crescimento de 2,4% para 2026, ano de eleições presidenciais. O Ministério avalia que, até lá, a política monetária deve se tornar “menos contracionista”, com queda gradual da Selic, o que deve aliviar as restrições ao crédito. A previsão, no entanto, ainda é mais otimista do que a de outros órgãos, o Banco Central projeta avanço de 1,5%, enquanto o mercado espera 1,78%.

Mesmo com o desaquecimento da economia e os juros elevados, o governo admite que a inflação seguirá acima da meta. A estimativa para o IPCA caiu de 4,8% para 4,6%, mas ainda supera o teto de 4,5% do sistema de metas. Para 2026, a previsão é de 3,6%, o que colocaria o índice novamente dentro do intervalo permitido. O Ministério da Fazenda atribui a redução à valorização do real, à queda de preços no atacado e à oferta global de bens.

A combinação de crescimento mais lento e inflação alta pressiona o planejamento do orçamento de 2026, que depende das projeções da Fazenda. Se o ritmo de expansão da economia for menor que o previsto, o governo pode ter de bloquear gastos para manter a meta de déficit zero, em pleno ano eleitoral. Enquanto isso, o Banco Central segue defendendo juros altos como forma de conter a alta de preços, política que tem sido alvo de críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.