ECONOMIA


Governo francês quer retirar completamente a Shein do país

Ministro pede bloqueio do site após venda de bonecas com aparência infantil

Foto: Reprodução/Shein

 

O governo da França iniciou, nesta quarta-feira (5), o processo para suspender a plataforma de comércio eletrônico Shein em todo o país. A medida ocorre após o site ser acusado de vender bonecas sexuais com aparência infantil, o que levou o Ministério da Economia a dar à empresa um prazo de 48 horas para retirar os produtos considerados ilegais.

Fundada na China e sediada em Singapura, a Shein passa a enfrentar a ameaça de ter seu site bloqueado por decisão judicial. Segundo o governo francês, caso a empresa não comprove que está em conformidade com as leis, o país poderá aplicar uma “requisição digital”, que impede o acesso ao domínio.

A empresa asiática afirmou que sua prioridade é “a segurança dos clientes e a integridade do marketplace” e anunciou que vai suspender temporariamente as operações na França. A Shein também declarou disposição para dialogar com as autoridades e cooperar com as investigações.

Somente neste ano, a companhia foi multada três vezes na França, totalizando 191 milhões de euros (cerca de R$ 1,17 bilhão), por violações de regras de transparência, publicidade enganosa e omissão de informações ambientais.

O caso ganhou ainda mais repercussão porque a decisão do governo foi anunciada poucas horas após a inauguração da primeira loja física permanente da Shein, em Paris. O evento atraiu centenas de pessoas, mas também foi alvo de protestos de ativistas infantis, que exibiam cartazes pedindo a retirada da marca do país.

Outras plataformas de e-commerce, como AliExpress, Temu e Wish, também estão sob investigação por veicularem conteúdos violentos e inadequados para menores. O ministro do Interior francês, Laurent Nuñez, solicitou ainda o bloqueio do site da Shein por comercializar armas brancas, como facões e socos-ingleses.

Apesar das polêmicas, a direção dos grandes magazines BHV, onde a loja foi aberta, decidiu manter a parceria com a empresa. O diretor Frédéric Merlin afirmou que confia na marca e criticou a “hipocrisia geral” em torno das reações à Shein, que já soma cerca de 25 milhões de clientes no país.