SALVADOR


Setor imobiliário discute mobilidade urbana no 16º Fórum de Sustentabilidade da Ademi-BA

Projetos como o VLT, o teleférico e novas conexões metroviárias foram apresentados como parte das transformações na Bahia

Foto: Divulgação/Assessoria

 

O 16º Fórum de Sustentabilidade da Ademi-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia) reuniu autoridades e especialistas, na manhã desta quarta-feira (05), para discutir as mudanças em andamento na mobilidade urbana de Salvador e da Região Metropolitana. O encontro destacou projetos estruturantes e o papel do setor imobiliário na integração entre desenvolvimento urbano e qualidade de vida.

Rafael Valente, Diretor de Sustentabilidade da Ademi-BA, abriu o evento reforçando a missão do Fórum: “Sustentabilidade é perpetuidade. É garantir a qualidade de vida das gerações atuais sem prejudicar as gerações futuras. Todos os anos, a Ademi-BA reforça esse tema para a sociedade, mostrando que sustentabilidade vai além de meio ambiente, é também economia e sociedade.”

O painel técnico trouxe atualizações sobre projetos que estão redesenhando a paisagem urbana. Ana Claudia Nascimento, da Companhia de Transporte do Estado da Bahia, apresentou os avanços do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que já recebeu mais de R$ 800 milhões em investimentos nos últimos 16 meses. Ela destacou o impacto integrado da iniciativa: “A gente costuma dizer que o VLT não é um projeto de transporte, é um projeto de transformação urbana da cidade. Porque além do transporte, serão 10 km de parque linear, equipamentos urbanos e cénicos, iluminação, ciclovias e todo um conjunto de coisas para o convívio da população”.

Na sequência, Cláudia Miranda, diretora do SEMAN (Secretaria de Manutenção de Salvador), detalhou o projeto em fase de planejamento que prevê uma rua de pedestres subterrânea ligando o metrô ao Pelourinho. “Dos mais de 9 milhões de turistas que vêm a Salvador, 5,6 milhões (60% do total) visitam o Pelourinho e levam cerca de 50 minutos entre o Metrô e o Centro Histórico. Essa via de acesso de mobilidade vai promover mais andabilidade e fazer com que ele reduza esse deslocamento para 11 minutos”.

Pablo Souza, Secretário da SEMOB (Secretaria de Mobilidade de Salvador), reforçou a importância da integração entre planejamento urbano e desenvolvimento imobiliário. “Essa integração de toda a área construtiva do setor econômico com a mobilidade, principalmente em um momento em que estamos discutindo o PPDU de Salvador, é fundamental para que todos juntos construam uma cidade melhor, que avança na sua mobilidade”.

A Presidente da Fundação Mário Leal, Tânia Scofield, apresentou o projeto do teleférico e destacou a abrangência do debate. “Quando a gente discute a mobilidade de uma cidade, a gente está, de fato, discutindo a cidade em suas diversas dimensões, nas áreas econômica, social, ambiental, e mais ainda, discutir com um setor que tem uma participação efetiva, que é o setor imobiliário”.

Juliana Romão, diretora do Metrô Bahia, enfatizou o papel do modal na inclusão e sustentabilidade. “Hoje transportamos mais de 400 mil passageiros por dia. É muito relevante para uma população de 2,2 milhões de pessoas. Integramos a cidade ao aeroporto, o que é uma porta para o mundo e podemos dizer que nossa operação é 100% de energia limpa”.

Encerrando o Fórum, Cláudio Villas-Boas, CEO da Concessionária Ponte Salvador-Itaparica, destacou os avanços da maior obra estruturante da Bahia, estimada em R$ 11 bilhões. “É um sistema viário que vem para complementar e aliviar o fluxo da BR 324, levando cerca de 20% dos usuários da BR 324 para a ponte Salvador-Itaparica”. Ele também anunciou uma via expressa paralela à BA-101 conectada à ponte. “Com isso, cidades do Recôncavo e Sul da Bahia ficarão cerca de 1h30 mais próximas de Salvador”.

O presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha, reforçou a importância da mobilidade como tema transversal ao desenvolvimento urbano. “Mobilidade não é só deslocamento de pessoas, bens e automóveis, é também falar de turismo, falar de conexão, interligação, competitividade e inovação”.