POLÍTICA


Castro afirma a Moraes que operação com 121 mortos seguiu regras e utilizou força ‘proporcional’

Governo do RJ envia ao STF relatório que defende planejamento da ação e nega mortes fora da facção alvo da operação

Foto: Philippe Lima/Governo do RJ

 

O governo do Rio de Janeiro enviou, nesta segunda-feira (3), ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório sobre a operação realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão. O documento afirma que a ação seguiu determinações da Corte, empregou força “proporcional” e foi direcionada contra uma facção “altamente armada e estruturada”. Segundo os dados oficiais, a operação resultou na morte de 117 suspeitos e quatro policiais, o maior número já registrado em uma operação policial no estado.

O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 635, que regula operações policiais em favelas do Rio. Moraes esteve na capital fluminense para reunião com o governador Cláudio Castro e autoridades de segurança, após solicitar esclarecimentos sobre planejamento, uso da força, atendimento a feridos, preservação de cenas de crime e mecanismos de controle.

De acordo com o governo, a operação mobilizou 2.500 agentes, entre policiais civis e militares, e foi precedida por um ano de investigação e 60 dias de planejamento tático. O alvo seria o núcleo do Comando Vermelho no Complexo da Penha, supostamente liderado por Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso. O Estado afirma que o grupo utilizava armas de guerra, bloqueios, drones com explosivos e áreas de mata como proteção.

O governo também afirma que não houve mortes de pessoas fora da facção e cita o uso de câmeras corporais, supervisionadas por corregedorias e pelo Ministério Público. O relatório admite dificuldades na preservação de cenas de crime devido aos confrontos. Corpos foram retirados por moradores antes da chegada da perícia, e um inquérito foi aberto para investigar possível fraude processual. O governo afirma que todos os corpos foram periciados com acompanhamento do Ministério Público.