BRASIL


‘Não podemos vender ilusão’, afirma relator da PEC da Segurança Pública

Deputado Mendonça Filho critica trecho da proposta e promete mudanças profundas no relatório

Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

 

O relator da PEC da Segurança Pública na Câmara, deputado Mendonça Filho (União Brasil), afirmou nesta segunda-feira (3) que as novas regras constitucionais propostas não não serão suficientes para mudar a realidade da criminalidade do Brasil e advertiu que “não podemos vender ilusão” sobre os efeitos da medida. 

Segundo o parlamentar, o texto original, elaborado pelo governo, precisa ser ajustado para evitar consequências jurídicas indesejadas, como restringir indevidamente a investigação de tráfico de drogas às polícias federais ou anular processos em curso. “Há quem diga que o texto original, do ponto de vista jurídico, poderia ensejar até anulação de investigações de polícias civis envolvendo tráfico de drogas. Há quem entenda que a redação como foi feita torna quase que exclusiva a competência de investigar tráfico de drogas para Polícia Federal, o que é inconcebível e impraticável e a própria PF eu tenho certeza que reconhece isso”

Entre as mudanças em análise, está o fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) ao nível de emenda constitucional (semelhante ao SUS), e a ampliação de poderes da Receita Federal para rastrear recursos ilícitos de facções criminosas. “A PEC não tem condição de transformar a realidade da noite para o dia, ela terá um arcabouço que permitirá avanços consistentes e importantes”, afirmou Mendonça. 

O relatório deverá ser entregue até o início de dezembro, em plena tramitação da proposta na comissão especial da Casa. O relator reafirmou que o texto da PEC tratará desde crimes mais simples até os mais sofisticados.