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Príncipe Andrew perde título e deixa residência oficial, afirma Palácio de Buckingham

Decisão marca ruptura histórica e reforça pressão da monarquia diante dos escândalos envolvendo o duque

Foto: Justin Tallis / AFP

 

O Palácio de Buckingham confirmou, nesta quinta-feira (30), que o príncipe Andrew deixará de usar o título de “príncipe” e também perderá sua residência oficial. A medida, tida como uma das mais severas já tomadas pela monarquia moderna, é consequência direta do envolvimento do irmão do rei Charles III em escândalos sexuais e, especialmente, de sua associação com o financista americano Jeffrey Epstein.

Segundo comunicado enviado à BBC, Andrew “passará a ser conhecido como Andrew Mountbatten-Windsor”, abandonando oficialmente não apenas seus títulos militares e nobiliárquicos, dos quais já havia aberto mão, mas também o tratamento de alteza real. A decisão ocorre menos de duas semanas após o anúncio de que ele renunciaria ao título de Duque de York. Restava, entretanto, a dúvida: o título de príncipe também cairia? Agora está confirmado.

Em nota complementar, Andrew afirmou ter chegado à decisão após conversar com o rei e demais membros da família. Ainda assim, voltou a negar todas as acusações de abuso sexual. O duque já havia sido afastado da agenda oficial da realeza em 2019, quando se tornou alvo de acusações envolvendo Virginia Giuffre que afirmou ter sido abusada por ele aos 17 anos. Giuffre, figura central nas denúncias contra Epstein e Ghislaine Maxwell, morreu em abril deste ano, aos 41 anos.

Além da perda do título, Andrew deixará a Royal Lodge, residência que ocupava de forma vitalícia. O palácio informou que a proteção legal que mantinha seu contrato foi encerrada e que ele será realocado para um imóvel particular.

As filhas de Andrew, as princesas Beatrice e Eugenie, manterão seus títulos. O gesto busca preservar a linhagem sem punir membros que não estão diretamente ligados às acusações. A nota oficial do palácio, por sua vez, reforça o posicionamento institucional da monarquia: “Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e mais profundas condolências estiveram, e continuarão, com as vítimas e sobreviventes de todas as formas de abuso”.