POLÍTICA


Boulos toma posse como ministro e pede minuto de silêncio por vítimas de operação no Rio

Novo titular da Secretaria-Geral assume com missão de aproximar governo e movimentos sociais e prioriza debates trabalhistas

Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) tomou posse nesta quarta-feira (29) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o novo ministro pediu um minuto de silêncio “por todas as vítimas” da operação policial realizada no dia anterior no Rio de Janeiro, que deixou ao menos 121 mortos, segundo o governo fluminense. Moradores da região relataram ainda ter retirado dezenas de corpos de uma mata próxima durante a madrugada.

A nomeação de Boulos substitui Márcio Macêdo (PT), que ocupava o cargo desde o início do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A troca integra a estratégia do presidente de reforçar a articulação com movimentos sociais e ocorre a menos de um ano e meio da eleição presidencial de 2026. É a 13ª mudança ministerial no terceiro mandato de Lula, sendo a sétima somente em 2025.

Segundo o governo, a chegada de Boulos ao Planalto preenche uma peça considerada central para a construção de uma coordenação política voltada para 2026, formada também pela ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e pelo ministro Sidônio Palmeira (Comunicação Social). O deputado do PSOL é uma das figuras de maior projeção da esquerda contemporânea e consolidou sua trajetória pública como liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Uma das orientações dadas por Lula ao novo ministro é “colocar o governo na rua”. Boulos deve iniciar agendas nacionais ainda este ano, priorizando as regiões Norte e Nordeste, mas sua primeira parada será em São Paulo, seu berço político, em gesto simbólico direcionado aos movimentos sociais paulistas.

O presidente também incumbiu Boulos de aprofundar três discussões com movimentos sociais e categorias de trabalhadores: o fim da escala 6×1, tema de uma PEC da deputada Erika Hilton (PSOL), ainda sem apoio suficiente no Congresso; os direitos de trabalhadores informais, incluindo entregadores de aplicativo e microempreendedores; a retomada da participação popular em decisões orçamentárias.

A expectativa do governo é que Boulos ajude a criar mobilização social, inclusive por meio de campanhas publicitárias, para pressionar o Congresso a avançar nessas pautas.