SAÚDE


Obesidade acelera desgaste ósseo e amplia risco de doenças crônicas, alerta especialista

Segundo Atlas da Obesidade 2025, cerca de 31% da população brasileira já vive com a doença

Foto: Reprodução/Unsplash

 

Problemas como dores articulares, lesões crônicas e desgaste precoce dos ossos estão cada vez mais associados ao excesso de peso. A obesidade, além de ser um fator de risco metabólico e cardiovascular, compromete a mobilidade e a qualidade de vida de milhões de brasileiros.

De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, cerca de 31% da população brasileira já vive com obesidade e 68% apresenta excesso de peso. Esse aumento preocupante gera impactos diretos na saúde musculoesquelética, um risco ainda subestimado tanto por pacientes quanto por profissionais de saúde.

Segundo o ortopedista Gustavo Dórea, especialista em joelho do Centro Integrado da Coluna Vertebral (CICV), o excesso de peso impõe uma sobrecarga contínua sobre as articulações, acelerando o desgaste ósseo e provocando inflamações. “A obesidade impõe uma pressão contínua sobre estruturas como joelhos, quadril e coluna. Com o tempo, essa sobrecarga pode resultar em artrose, tendinites e deformações que afetam seriamente a mobilidade”, explica.

Além da força mecânica que age sobre as articulações, o excesso de tecido adiposo também é responsável por processos inflamatórios sistêmicos. Essas inflamações podem afetar diretamente tendões e cartilagens, e agravar condições clínicas como a artrite, que pode comprometer a mobilidade e reduzir significativamente a qualidade de vida.

Dórea explica que, em alguns casos, o sobrepeso favorece deformações ósseas e alterações na biomecânica corporal, o que pode agravar ainda mais o quadro clínico. “Pacientes com obesidade muitas vezes desenvolvem desvios posturais e alterações no eixo dos membros inferiores. Isso gera um ciclo de sobrecarga, dor e dificuldade de locomoção, que tende a se intensificar com o tempo”, afirma.

Projeções internacionais indicam que, até 2044, cerca de 75% da população brasileira poderá estar com sobrepeso ou obesidade — o que equivale a quase 130 milhões de pessoas. A prevenção torna-se, assim, peça-chave.

“Alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e acompanhamento médico são medidas fundamentais para garantir a saúde das articulações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, conclui Dórea.