ECONOMIA


Varejo baiano tem leve alta de 0,8% em agosto

Crescimento modesto reflete pressão dos juros e aumento da inadimplência das famílias

Foto: Arisson Marinho/GOVBA

 

As vendas do comércio varejista na Bahia cresceram 0,8% em agosto de 2025, em comparação com o mês anterior. No cenário nacional, o avanço foi de 0,4% no mesmo período. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e analisada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

Na comparação com agosto de 2024, o resultado baiano ficou praticamente estável, com alta de 0,9%. No acumulado do ano, o estado apresenta crescimento de 0,9%, enquanto o país registra 1,6%.

Apesar do resultado positivo, o desempenho do setor está sob atenção. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo apontou que a taxa de famílias com contas em atraso na Bahia subiu de 69,7% em julho para 71,3% em agosto. A manutenção de juros elevados e a piora na percepção de crédito ajudam a explicar a desaceleração no consumo.

O índice de intenção de consumo das famílias também recuou 0,3% no mês, sinalizando um movimento de acomodação da atividade econômica.

Entre os setores que impulsionaram as vendas, destacam-se artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (alta de 11,4%) e combustíveis e lubrificantes (4,4%). A demanda por itens essenciais e a deflação dos combustíveis contribuíram para esse resultado.

No varejo ampliado, que inclui veículos, materiais de construção e atacado alimentício, as vendas subiram 1% em relação a julho. No entanto, na comparação anual, houve queda de 1,4% e, no acumulado do ano, retração de 2,1%.

A queda foi puxada principalmente pelo atacado de alimentos, bebidas e fumo (-14,4%) e materiais de construção (-0,5%). O segmento de veículos teve alta de 1,7%, mas em ritmo menor que no mês anterior.